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Milan pega Liverpool com sede de vingança
Da AFP
21/05/2007 | 18:37
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O presidente do Milan (ITA), Silvio Berlusconi, afirma sem meias palavras: a final da Copa dos Campeões da Europa desta quarta-feira será a revanche da decisão antológica de 2005 perdida para o Liverpool (ING).

“Vamos a Atenas (GRE) recuperar a taça que o Liverpool arrancou das nossas mãos dois anos atrás. Em 2005, perdemos um jogo incrível, fomos hipnotizados pela dança de palhaço de um goleiro. Desta vez, estaremos prontos”, avisou o ex-primeiro-ministro italiano.

Berlusconi resumiu com essas palavras contundentes o que pensa a maioria dos italianos, que não se reconhecem nas declarações apaziguadoras do treinador Carlo Ancelotti (“O que aconteceu em 2005 não vai influenciar a final de quarta-feira”), da estrela Kaká (“O que passou, passou”) ou de Paolo Maldini (“Não temos nada pessoal contra eles”).

No dia 25 de maio de 2005, o estádio Atatürk foi o palco de uma das viradas mais inacreditáveis da história do futebol. Maldini abriu o placar para o Milan no primeiro minuto de jogo. Antes do intervalo, o argentino Hernan Crespo marcou duas vezes, dando aos italianos uma vantagem que parecia irreversível.

Steven Gerrard, ídolo do Liverpool, relatou em sua autobiografia o momento da volta ao campo antes do segundo tempo. “Jogadores italianos faziam gestos para suas famílias nas arquibancadas. Quando vi um sorriso irônico no rosto de Gennaro Gattuso (volante do Milan), pensei: ‘vá se f...’”.

Jamie Carragher, por sua vez, disse que temia perder por cinco ou seis gols de diferença. O técnico espanhol do time inglês, Rafael Benitez, pediu a seus jogadores que honrassem sua camisa. O segundo tempo entrou para a história do futebol.

Em apenas seis minutos “de grandeza para o Liverpool e de pesadelo para o Milan”, segundo a expressão de Carragher, os ingleses viraram o jogo com uma cabeçada certeira do capitão Gerrard, um chute de Vladimir Smicer e um pênalti de Xavi Alonso por uma falta de Gattuso em Gerrard (60).

Jerzy Dudek, um goleiro apenas mediano, teve a melhor atuação de sua vida. Ele parou duas tentativas de Andrei Shevchenko na prorrogação antes de desconcentrar os cobradores de pênaltis milaneses com a ‘dança de palhaço’ que irritou tanto Berlusconi.

“Ainda dói pensar nisso”, admitiu Gattuso, lamentando as “mentiras” de Gerrard sobre a volta do intervalo, escritas “para vender um livro”. O italiano nunca viu o vídeo do jogo. “Ainda não tive coragem”, justificou.

O jogo deixou inimizades. Gattuso e Ancelotti ironizaram recentemente o estilo de jogo previsível do Liverpool. Gerrard respondeu que nunca viu Gattuso decidir uma partida. “Na verdade, ele é tão assustador quanto um gatinho. Eu não teria problemas em jogar contra Gattuso uma vez por semana”, afirmou.

“Eu seria um gatinho bastante assustador com minha barba”, ironizou o rude meia italiano, apelidado de ‘Ringhio’ (pitbull) e que se diz “provinciano com orgulho”. Apesar das declarações conciliadoras de Ancelotti, Maldini e Kaká, Gattuso chegará a Atenas sedento por vingança.

Para ele, esta final será a oportunidade de mostrar que a Itália nada deve a ao Campeonato Inglês, considerado pelos ingleses o melhor do mundo. “Se o Campeonato Italiano ainda tem algo a provar? Somos campeões do mundo! O que devemos fazer? Ir para a Lua?”, exaltou-se Gattuso, campeão mundial com a Itália em 2006 na Copa do Mundo da Alemanha.



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