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Brinquedoteca é
remédio para crianças
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
02/01/2011 | 07:08
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Jogos de montar, carrinhos, caminhões, fantasias de princesa e Homem-Aranha, panelinhas, minitábua e ferro de passar, bonecas, girafa de plástico, joão-bobo, telefone que toca de verdade, puffs coloridos, computador infantil e uma régua para medir a altura. Em uma das paredes há uma televisão que exibe O segredo dos Animais, mas o filme é ignorado diante dos atrativos que dão a sensação de se estar dentro de uma caixa de lápis de cor. Quem pensaria que, na verdade, estamos no Hospital Infantil e Maternidade Márcia Braido, em São Caetano?

Pois a sala está ali, no quinto andar do prédio, e seu nome é brinquedoteca. Foi inaugurada no último dia 20 e se tornou o espaço preferido da criançada que precisa ficar internada na unidade hospitalar.

A pequena Larissa Pires Lopes, 3 anos, estava com meningite bacteriana, e não queria mais sair de lá. O que ela queria mesmo era brincar com um conjunto de montar ao lado do pai, o empresário Paulo Lopes, 34. "Antes de morar em São Caetano, pagava convênio, mas agora não preciso. O atendimento é ótimo e esse espaço está ajudando na recuperação da minha filha", disse.

BENEFÍCIOS
A assessora especial de coordenação da ação social de São Caetano, Regina Maura Zetone, destacou a importância da brinquedoteca no tratamento das crianças. "Há melhora no humor e na autoestima e eles sentem menos medo do hospital", explicou. Regina lembrou que os brinquedos são de fácil higienização, a fim de evitar a proliferação de doenças.

Segundo a coordenadora da pediatria do Márcia Braido, Ester Hono, com uma semana de funcionamento do espaço foi possível notar diminuição no tempo de internação dos pequenos. "Ainda não quantificamos a redução, pois depende de cada caso, mas de uma forma geral o benefício é evidente", destacou.

Os brinquedos foram doados pela Universidade São Camilo, que também reformou o andar da brinquedoteca.

DISTRAÇÃO
As lágrimas nos olhinhos de Kauã José Velozo de Souza, 3, secaram no momento em que ele entrou no espaço e sentou diante do computador infantil. Apertava as teclas com interesse e ouvia os sons que saiam do brinquedo com um rostinho risonho.

"Ele estava louco para ir embora e não parava de chorar. Agora está mais tranquilo, o que me deixa aliviada", garantiu a mãe, a auxiliar de controle de qualidade Elisangela de Souza.

Enquanto Kauã se divertia no computador, Clara Cristina Rodrigues de Oliveira, 3, preparava feijão numa minipanela de pressão cor-de-rosa.

­-  "Você quer comer, tia?"

O motorista Altair de Oliveira, 35, pai de Clara, explicou que a menina chegou ao hospital com princípio de pneumonia. "Agora ela está muito melhor e passa o dia todo brincando se a gente deixar. É ótimo porque ela não pensa na dor ."

Brinquedos ajudam a humanizar tratamento dos pequenos

São Bernardo é a cidade do Grande ABC com o maior número de brinquedotecas no sistema de saúde pública: sete, no total, sendo que quatro estão nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) Vila São Pedro, Demarchi/Batistini, União/Alvarenga e Riacho Grande. As cinco UPAs que serão construídas até 2012 também terão o espaço.

A UBS (Unidade Básica de Saúde) Santa Cruz também possui brinquedoteca, além do Caps I (Centro de Atenção Psicossocial Infantil), inaugurado em agosto.

Segundo o secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, a brinquedoteca ajuda a humanizar o atendimento. "Trata-se de um espaço de aproximação entre os profissionais e as crianças, possibilitando estímulo ao desenvolvimento", destacou.

Em Santo André, o CHMSA (Centro Hospitalar Municipal de Santo André) possui um espaço destinado à brincadeira. Segundo o secretário de Saúde Arnaldo Augusto Pereira, as atividades lúdicas são utilizadas com objetivo terapêutico. "Brincar é necessidade básica da criança", garantiu.

Ribeirão Pires informou que não há brinquedoteca nos hospitais públicos. Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra não responderam.




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