Horas depois do início, quinta-feira, da primeira reuniao do novo gabinete, o IRA (Exército Republicano Irlandês) anunciou que um de seus principais membros se reunirá com o comitê de desarmamento encabeçado pelo general canadense John de Chastelain.
O líder do novo governo, David Trimble, disse nesta sexta-feira que essa decisao do IRA era o início de um processo legal destinado a desarmar as forças paramilitares, que, do lado protestante, também incluem a Força de Voluntários do Ulster e a Associaçao de Defesa do Ulster.
O principal funcionário britânico na Irlanda do Norte, Peter Mandelson, disse quinta-feira que a nova cooperaçao entre protestantes e católicos fracassará se o IRA nao depuser as armas dentro do prazo que vence em maio, previsto no acordo de paz assinado na Sexta-Feira Santa de 1998.
Se o IRA se negar a depor as armas, o Partido Unionista do Ulster, o principal protestante, e possivelmente o Partido Social-Democrata e Trabalhista, que conta com o maior apoio católico na província "retirarao seu apoio à (nova) administraçao", disse Mandelson.
O plano de paz para a Irlanda do Norte sofreu um atraso de vários meses porque os protestantes se negavam a formar um governo conjunto com os católicos enquanto o IRA nao começasse a depor as armas.
Mas, através de negociaçao mediada pelo senador americano George Mitchell, os protestantes aceitaram integrar um governo e o IRA, que mantém um cessar-fogo desde 1997, prometeu que participaria de conversaçoes sobre seu desarme.
O IRA, que na década de 80 recebeu da Líbia mais de 100 toneladas de armas e explosivos, esconde grande parte de seu arsenal em subterrâneos na vizinha República da Irlanda.
A transferência de poderes de Londres a Belfast encerrou 27 anos de "governo direto" de Londres, estabelecido em 1972 para substituir um governo de maioria protestante que controlava a província desde 1921. Londres mantém, contudo, a autoridade em diversas áreas, como justiça criminal, impostos e assuntos externos.
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