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Consórcios movimentam R$ 40 bi no 1° semestre
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
11/08/2011 | 07:30
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Os consórcios, modalidade de crédito em que o cliente paga primeiro para receber depois, estão em alta. As medidas do BC para reduzir a demanda e o crédito, prejudicando os financiamentos, tiveram efeito positivo nos consórcios, que atingiram R$ 40 bilhões em volume de negócios entre janeiro e junho. Valor 40,4% maior sobre os resultados obtidos no primeiro semestre de 2010, segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.

A entidade estima que o setor empregou 50 mil profissionais no primeiro semestre. Foram 1,29 milhão de novas cotas vendidas - o que corresponde a incremento de 27,7% sobre os primeiros seis meses do ano passado.

O segmento de automóveis está em destaque na modalidade de crédito, que é indicada para o consumidor que não precisa imediatamente do bem. Tanto que a maior parte das contemplações pagas neste ano são resultado do sonho pelo carro próprio: entre os leves, a expansão foi de 56,6%. Bem acima do crescimento de 14,6% dos imóveis.

A gerente do Consórcio Nacional Embracon, Leila Ferreira, diz que a tendência é que os veículos sigam dando o tom das negociações do setor até o fim do ano. Ela conta que a empresa registrou, no Grande ABC, alta de 44% no segmento, no primeiro semestre. "A classe média está comprando e se planejando muito mais", afirma. Como exemplo ressalta os valores das cartas de crédito: para imóveis, vão de R$ 100 mil a R$ 200 mil; nos populares veículos, a faixa é de R$ 20 a R$ 50 mil.

Paulo Rossi, presidente-executivo da Abac, afirma que os juros mais pesados no financiamento, devido à nova política monetária restritiva, fez o consumidor migrar do crédito direto para o consórcio. Quanto aos carros, conta que o cliente o vê como um bem futuro e tem priorizado cada vez mais cedo essa aquisição. "Consumidor olha para o futuro e se planeja financeiramente, gastando menos."

É o caso da vendedora Ellen Oliveira, 26, de São Bernardo. Ela não consegue guardar dinheiro. Após tentativas infrutíferas para poupar, recebeu indicação para fazer um consórcio: queria dirigir carro pouco melhor do que o que tem na garagem. Comprou carta de crédito de R$ 20 mil. No mês seguinte à compra deu lance de 25% do valor e foi contemplada. Agora está definindo a compra do bem. É importante ressaltar que a média de mercado na taxa de administração gira em 15% ao ano.

Entusiasmada, Ellen agora adquiriu outra carta. Se for premiada, poderá trocá-las junto com o crédito que já tem e dar upgrade na direção de um carro novo.




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