O Congresso Nacional Africano (CNA) de Mbeki ganhou com cerca da maioria de dois terços, o que permitirá emendar a constituiçao. Por isso o excedente de voto é um fator crucial, disse o porta-voz do Novo Partido Nacional, Juli Kilian. ``Precisamos saber se o excedente de votos lhe permitirá chegar a dois terços ou nao', disse Kilian em entrevista telefônica de Pretória. O Novo Partido Nacional, que governava o país na época do apartheid, estudará se impugna os resultados, disse Kilian. O funcionário eleitoral Norman de Plessiss reconheceu que 270 mil pessoas cujos nomes nao apareciam nas listas oficiais votaram nas eleiçoes de quarta-feira, informou o diário Saturday Star. Mas todos tinham documentos que indicavam que estavam registrados para votar, acrescentou.

Mbeki nomeará os membros de seu gabinete nas próximas semanas. Especula-se que a ex-esposa do presidente Nelson Mandela, Winnie Madizikela-Mandela, que fez um grande esforço pessoal durante a campanha, poderia ser gratificada com um posto de vice-ministro. Mbeki, que vai tomar posse em 16 de junho, prometeu em seu discurso que o CNA governará ``sem soberba' e negou que tivesse planos de modificar a constituiçao ou concentrar mais poder.

Os resultados em todo o país davam ao CNA 66,2% dos votos. O Partido Democrata, fundado como um partido de brancos contra o apartheid, teve 9,8%, seguido pelo partido zulú Inkatha (Liberdade) com 8,3% e o Novo Partido Nacional com 7%.

A Comissao Eleitoral Independente disse que os resultados finais oficiais serao conhecidos no domingo, depois de uma nova verificaçao. Oito partidos opositores contrataram uma auditoria independente. Se aparecerem discrepâncias quanto ao número de assentos no parlamento que terá cada partido, poderao ser apresentadas impugnaçoes, disse Sam De Beer, candidato do Movimento Democrático Unido. Os 400 assentos no parlamento sao distribuídos de acordo com uma complexa fórmula que leva em conta os votos nacionais e provinciais.