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Brasil tem versão intelectual no Pan
Anderson Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
17/03/2007 | 20:35
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Numa das mãos, a bola. Na outra, um livro. E na cabeça, uma certeza: é preciso se preparar para o futuro. Diante de uma carreira curta e o salário menor do que as demais modalidades, os atletas do handebol brasileiro invadem as universidades em busca de conhecimento. Sorte da seleção masculina, a mais intelectualizada que representará o país no Pan do Rio, em julho.

A equipe, que busca o bicampeonato, tem atletas formados ou cursando Direito, Administração de Empresas, Engenharia e, é claro, Educação Física. Universidades como Imes/ São Caetano e Metodista/ São Bernardo, que têm equipes e fornecem a base da seleção, dão bolsas.

Mas o que isso tem haver com o Pan? “Por termos mais conhecimento, conseguimos entender melhor a modalidade no geral. Assimilamos com facilidade as orientações, temos controle emocional nos momentos difíceis, tudo isso aliado à técnica”, explica Menta, de 32 anos, aluno do quinto ano de Direito do Imes e pivô da seleção.

Com apenas 21 anos, Felipe Borges foi considerado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) o melhor jogador de handebol do país. Também driblou as dificuldades – como a falta de tempo – e já concluiu o curso de Educação Física na Metodista. “O handebol foi um bom caminho que surgiu na minha vida. Sei que terei um futuro quando encerrar a carreira”, diz, de olho no futuro. “Já quero fazer uma pós-graduação.”

Diferentemente do futebol, em que os valores ultrapassam os milhões, no handebol não há como fazer o pé-de-meia. “Não pensamos em parar de trabalhar. Quando não puder mais jogar, vou dar aula ou ser técnico”, completa Borges.

Menta acha que “a baixa remuneração” também influencia os atletas a estudarem. “Somos considerados atletas de alto rendimento, mas não somos profissionais, como os atletas de vôlei, basquete e natação, que só se dedicam ao esporte. Temos que trabalhar.”




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