"Sinto-me aliviado, com a alma lavada e com a justiça feita". Assim se expressou o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), após tomar conhecimento da decisão do plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), no início da noite de quarta-feira, pelo arquivamento do inquérito que o acusava de envolvimento na suposta compra de um dossiê pelo PT contra políticos tucanos. "Essa decisão mostra o que sempre afirmei, que eu não tinha qualquer participação nesse lamentável episódio. Restabelece-se a justiça", frisou o senador.

O Supremo julgou que não há envolvimento de Mercadante no caso do dossiê contra políticos do PSDB. A decisão foi pelo arquivamento do pedido de indiciamento do senador petista.

Perguntado de como classificaria esse episódio, que surgiu durante as eleições do ano passado, quando ele era candidato ao governo de São Paulo, Mercadante preferiu esquivar-se. "A gente na vida não deve ficar olhando para trás, pelo retrovisor. Tem que olhar para frente. O que importa é que o episódio está definitivamente encerrado", pontuou.

Quanto a continuidade das investigações, uma vez que outras seis pessoas estariam envolvidas no caso do dossiê relacionado à venda fraudulenta de ambulâncias ao poder público, Mercadante sublinhou que a decisão do STF determina que a PF (Polícia Federal) do Mato Grosso continue apurando o episódio. Vão continuar respondendo à justiça: José Giácomo Baccarin, Hamilton Lacerda, Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Sirley da Silva Chaves e Fernando Ribas Soares.

O plenário do STF julgou a Petição 3825, proposta pelo MPF (Ministério Público Federal) – em função do foro privilegiado do parlamentar - que alegava não haver envolvimento do senador na compra do dossiê, e solicitava o arquivamento do pedido de indiciamento do parlamentar proposto pela PF. O relator da ação foi o ministro Sepúlveda Pertence.

No relatório, Pertence lembrou que o inquérito investigou “o escândalo do dossiê, especificamente a venda, a pessoas filiadas e empregados do Partido dos Trabalhadores, de documentos e informações que revelariam envolvimentos de políticos de São Paulo, integrantes do PSDB, nas fraudes das ambulâncias”.

De acordo com o relator, a autoridade policial elaborou o relatório final e indiciou Mercadante pelo crime de falsidade ideológica para fins eleitorais. “Não houve o menor lastro empírico para envolver o senador, então candidato a governador”, sublinhou Pertence.