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Barak justifica política de eliminação de palestinos
Das Agências
13/02/2001 | 11:09
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O ex-primeiro-ministro israelense Ehud Barak justificou publicamente, pela primeira vez nesta terça-feira, em um documento dirigido ao Tribunal Supremo, a política israelense de eliminação de palestinos acusados de realizar ‘‘atividades terroristas’’.

Em carta enviada à mais alta instância judicial do país, em função da demanda apresentada em 9 de janeiro passado pela viúva do Dr. Sabet Sabet, um dirigente palestino assassinado em 31 de dezembro na Cisjordânia, Barak justificou esta política israelense.

‘‘O direito internacional permite que se ataca durante uma operação alguém que comprovadamente se dispunha a cometer um atentado contra objetivos israelenses’’, afirmou Barak, que também é ministro da Defesa.

‘‘Isto resulta de uma situação de guerra de forma geral e de direito à autodefesa de forma concreta’’, acrescentou Barak, em sua resposta.

Segundo a Autoridade Palestina, Israel eliminou desde o princípio de novembro passado cerca de 20 militantes de diferentes movimentos palestinos dentro da repressão da Intifada, a revolta palestina que teve início em 28 de setembro.

No geral, as vítimas foram abatidas por franco-atiradores ou por bombas ativadas à distância, depois de terem sido localizadas com sofisticados meios eletrônicos ou seguidas por informantes palestinos do Shin Beth, o serviço israelense de segurança interna.

Segundo dirigentes dos serviços de segurança palestinos, um oficial da Força 17, a guarda pessoal do presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, foi assassinado na manhã desta terça-feira, na Faixa de Gaza, por um helicóptero de combate israelense, que disparou quatro mísseis que pulverizaram seu veículo.

O primeiro alvo desta política, Husein Abayat, 37 anos, chefe da milícia do Fatah (movimento de Arafat) para o Sul da Cisjordânia, havia sido assassinado em 9 de novembro passado, perto de Belém, por um míssil disparado por um helicóptero de combate que destruiu seu veículo.

Os responsáveis palestinos classificaram estes assassinatos de ‘‘terrorismo de Estado’’. Também as organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram estas práticas.

Mas, em sua resposta ao Tribunal Supremo, Barak assegura que ‘‘estas operações são decididas com a maior prudência possível e em função do direito internacional’’.

Junto com esta carta, Barak enviou um documento redigido por um dirigente do ministério israelense da Defesa, Haim Israeli, segundo o qual o Dr. Sabet não era ‘‘um partidário da paz e sim liderava uma milícia de Tanzim (milícias armadas subordinadas ao Fatah) na região de Tulkarem, na Cisjordânia’’.

Uma porta-voz do ministério da Justiça não pôde precisar em que data o Tribunal Supremo ditará seu veredicto sobre o caso Sabet.




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