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Executivos trocam terno por uniforme
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
14/08/2011 | 07:30
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Sonho de consumo da maioria dos meninos brasileiros que veem no esporte um meio de ascensão social, o futebol tem servido de terapia para executivos, profissionais liberais e empresários que trocam o terno e a gravata pelo uniforme do clube que frequentam para o lazer no fim de semana.

Quarentões, cinquentões e até septuagenários têm se reunido com regularidade em quadras e campos de futebol da região e da Capital para descarregar o estresse acumulado ao longo da semana.

Todos garantem que bater uma bolinha uma ou duas vezes por semana virou rotina pelo amor ao futebol e não por recomendação médica ou exigência das patroas, preocupadas com os quilinhos a mais adquiridos por conta do sedentarismo causado por horas e horas atrás de um computador.

"Não é o meu caso. Nunca tive a pretensão de ser profissional, jogo desde menino. O futebol está no sangue. Hoje em dia é mais para aliviar a tensão mesmo. Na segunda-feira me sinto renovado", garante Aristides Costa Vieira, 50 anos, dono de escritório de contabilidade em Diadema, e que há 20 anos veste a camisa do Silvaplana, do bairro Eldorado.

Não satisfeito em jogar apenas com amigos empresários, Vieira disputa, desde 1998, o campeonato amador de Taboão da Serra pelo Ouro Preto. "Ano passado, fomos campeões pela equipe dos que têm acima de 50. Nessa idade, a gente joga mesmo porque gosta."

Em campo, não há espaço para acerto de contas pelo fato de muitos deles serem concorrentes nos negócios. "Ao contrário, o futebol é um instrumento de interação. Embora concorrentes, muitos até trocam informações e experiências sobre o meio em que atuam e até fazem negócios entre eles", disse o empresário do setor de estacionamentos de São Caetano Jeferson Zanon, 45 anos.

Segundo Zanon, a paixão pelo futebol é tanta que, em vez de pagar para jogar, teve a ideia de criar sua própria rede e agora opera no setor de quadras society. "Era só um hobby, agora virou investimento."

Embora já tenha se contundido diversas vezes, o empresário e presidente da Associação Comercial de São Caetano, Nelson Antonio Braido, não desiste de jogar. "Rompi o ligamento do joelho esquerdo e não disputo mais campeonatos, só as brincadeiras com amigos, porque quase não há contato. Quando tenho alguma contusão falo que não vou mais, mas é só me recuperar e lá estou eu de novo", revelou.

O construtor Milton Bigucci, 70 anos, também não perde um joguinho. Quando menino, até sonhou ser profissional. "Naquela época, jogador era visto como marginal, profissão de vagabundo. Como tinha de trabalhar para pagar meus estudos, desisti da ideia."

Nesta espécie de terapia de grupo, a habilidade é um capítulo à parte. Eles querem mesmo é se divertir.

 

Especialista aconselha exames antes de atividades

Especialistas recomendam a atividade física regular e exames clínicos antes do início de toda e qualquer atividade esportiva. O alongamento e o aquecimento, indicam, ajudam a diminuir os riscos de lesões e fraturas.

Segundo o preparador físico Thiago Goya, 25 anos, que se especializa em atividade física voltada à reabilitação cardíaca e de grupos especiais, como obesos e gestantes, os exames médicos são imprescindíveis antes de qualquer atividade física. "O primeiro passo é a pessoa saber como está o coração para não correr o risco de infarto ou morte súbita."

Formado pela Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Goya alerta ainda para uma dieta balanceada. A observação se deve a fator comum aos boleiros do fim de semana, o churrasquinho com cerveja após os jogos. "O ideal é evitar a gordura e bebidas alcoólicas e ter alimentação equilibrada."

Segundo Goya, a atividade física alivia o estresse. "Os exercícios levam ao aumento da endorfina, substância relacionada ao prazer e que ajuda a relaxar.




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