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Mulheres lideram ranking de inadimplência
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
14/11/2010 | 07:30
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Andréa Iseki/DGABC


Roupas, sapatos, eletrodomésticos. O desejo de comprar tudo aquilo que se vê, atrelado à expansão do crédito e seu mau uso, tem colocado as mulheres no topo da lista de inadimplentes. Ao contrário dos levantamentos anteriores, elas estão mais inadimplentes do que os homens (52% a 48%), principalmente entre os 26 e 30 anos. O dados são da pesquisa semestral do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), realizada em setembro, na capital paulista, com 950 abordagens.

O levantamento mostra que o desemprego ainda é o principal motivo da inadimplência (48%), seguido do descontrole de gastos (11%) e ter sido fiador, avalista ou emprestado o nome para aquisição de crédito para terceiros (9%). "O que precisamos evitar é a compulsão em comprar o que é supérfluo. Em casos de dívidas, é necessário adquirir apenas o que for essencial, e focar no pagamento de coisas básicas. Infelizmente, essa pesquisa reflete nossa cultura, nosso jeito de pensar e agir, portanto não se aplica apenas para o público da capital paulista, mas para todos nós", observa o economista da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Lúcio Flávio Dantas.

Ainda sobre o perfil do inadimplente, a pesquisa indica que a faixa de renda mais propensa a entrar nesse tipo de situação financeira é a que apresenta renda familiar de dois a três salários mínimos (30%), seguida das famílias com renda de um a dois salários mínimos (25%) e das que contam com rendimento de três a quatro salários (22%).

"Outro detalhe relevante sobre o comportamento do consumidor inadimplente são os produtos adquiridos que o levaram a esse quadro: as roupas e calçados lideram, com 21%", declara Roseli Garcia, superintendente do SCPC, acrescentando que itens como eletrodomésticos (18%) e empréstimo pessoal (13%) são outras fontes consideráveis de dívidas não pagas.

"É da nossa natureza comprar além do programado, e é nesse sentido que precisamos tomar cuidado", conta Maria José de Barros, gerente geral da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).

Solução - Metade dos consumidores desejam quitar suas dívidas nos próximos 30 dias, por meio, principalmente, do corte de gastos, seguido pelo uso do 13º salário e dos recursos das férias. Segundo Roseli, o valor da dívida da maioria dos entrevistados é superior a R$ 3.000 (23%). Em segundo lugar estão os montantes entre R$ 501 a R$ 1.000 (22%), seguidos das dívidas entre R$ 1.001 a R$ 1.500 (20%).

Pensando nisso, a partir do dia 22 terá início a campanha Acertando suas Contas, com o apoio da ACSP. Na ocasião, o consumidor poderá negociar sua dívida registrada no SCPC diretamente com o credor, sob condições especiais e sem intermediários.

Serviço: Informações podem ser obtidas pelo www.acsp.com.br/produtos




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