A morte de uma mulher em agosto deste ano ainda é uma interrogação para a Delegacia de Homicídios de São Bernardo. O corpo dela, de idade e identidade desconhecida, foi encontrado queimado em cima da caçamba de um caminhão numa rua do bairro Assunção, e até agora ninguém procurou a polícia para reclamar o corpo, enterrado como indigente.

Apesar de ter sido queimada e estar com o corpo carbonizado, é possível saber que a moça era uma mulher branca de cabelos tingidos de loiro. Estava com os braços amarrados com arame e as mãos estavam quebradas. Vestia um vestido vermelho, com pequenas flores estampadas, e tinha uma corrente de Nossa Senhora no pescoço.

Ela ficou queimando durante toda a noite do dia 19 de agosto. A caçamba do caminhão em que ela morreu pertencia a um estacionamento em frente ao local onde o corpo foi achado. Os funcionários chegaram a ver as chamas, mas acharam que alguém havia posto fogo em papelões e decidiram não intervir. No dia seguinte, perceberam que, ao invés de papelão, tratava-se do corpo de uma mulher.

Detalhes que chamam a atenção da polícia são uma aliança de casada que ela usava na mão esquerda, com o nome de Rosa Maria e a data 3 de fevereiro de 1973. No bolso do vestido, o retrato de um garoto andando de skate. A foto foi parcialmente destruída pelas chamas, e não é possível ver o rosto do menino. É possível ver que ele está em frente a uma parede grafitada. A mulher estava ainda com um molho de chaves pendurado numa pequena corrente metálica, que trazia o nome comercial de um serviço de chaveiro do mesmo bairro.

Peritos atestaram que a mulher foi queimada sem o auxílio de nenhum combustível. Ela foi enrolada em um edredom de tom entre verde e amarelo e o fogo foi posto na coberta.

Por tantas características, os policiais não acreditam que a vítima fosse moradora de rua, mas estranham muito o fato de ninguém ter procurado os órgãos de saúde ou polícia para encontrá-la. Não há registros de queixa sobre o desaparecimento de uma mulher com as características da vítima.