A bomba foi deixada na garagem da casa do investigador, que mora com os pais, no bairro Sao Manoel. Uma pedra atirada na janela da frente atraiu a atençao do aposentado, que saiu para ver o que era. O artefato, montado dentro de um extintor de incêndio, estava sob uma lata de tinta e explodiu assim que a vítima o tocou. Brochi foi socorrido mas morreu antes de chegar ao hospital.
A perita do Instituto de Criminalística (IC) de Campinas, Cristiane Faria, disse que os autores do atentado usaram pólvora e esferas de metal para fazer a bomba. "Apesar de artesanal, era um artefato sofisticado e de alto poder de destruiçao". Segundo ela, apenas o deslocamento de ar provocado pela explosao seria capaz de matar a vítima. "Quem montou a bomba conhecia bem essa técnica", acrescentou.
Apesar de o atentado ter ocorrido um dia depois da morte dos três seqüestradores, a polícia descarta uma possível relaçao entre os dois crimes. "Tenho a convicçao pessoal de que a explosao da bomba nada tem a ver com a família Oliveira", afirmou nesta terça-feira o delegado seccional de Campinas, Djahy Tucci Júnior, que coordenou a operaçao para libertar os reféns em Socorro. Para ele, o atentado foi um ato de vingança contra o investigador praticado por outros bandidos.
O delegado seccional de Americana, Paulo Jodas, também duvida da participaçao da família Oliveira no atentado. Segundo ele, o investigador vinha recebendo ameaças e já havia sofrido outros atentados. "Ele é um dos melhores investigadores da regiao e vinha ajudando a prender muitos traficantes", disse o delegado. Ele garantiu, porém, que todas as hipóteses serao investigadas.
Atentados - Um dos atentados sofridos pelo investigador ocorreu no dia 28 de fevereiro, quando ele recebeu um telefonema anônimo denunciando um suposto encontro de drogas numa das pontes sobre a SP-304, próximo a Piracicaba. Ao chegar ao local, o policial encontrou uma pasta executiva com uma bomba dentro. O artefato, com grande poder de destruiçao, foi desativado pelo Esquadrao Antibombas da Polícia Militar.
A polícia suspeita que os dois atentados tenham sido praticados por integrantes da quadrilha liderada anteriormente por um traficante conhecido como "Zé Preto", morto há dois anos num cerco policial. Desde entao, 16 bandidos do grupo e três policiais já morreram em troca de tiros. Atualmente, a quadrilha estaria sob o comando do traficante Paulo Sérgio Palamo, que comanda o comércio de drogas em Santa Barbara D'Oeste, mesmo município onde morava a família Oliveira.
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