Política Titulo Diadema
Dono de cheque diz que Adelson sabia de calote

José Wilton fez empréstimo a Tonny Telles, acusado de extorsão

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
17/02/2012 | 07:24
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Proprietário de um dos cheques sem fundo entregues ao empresário Filipe dos Anjos pelo aluguel de boxes no Shop Serraria, José Wilton Almeida Santos afirmou que emprestou o boleto a Manoel Antônio Ferreira Santos, o Tonny Telles (PSB), e que o secretário de Segurança Alimentar de Diadema, Manoel José da Silva, o Adelson (PSB), tinha ciência do acordo firmado. Tonny Telles é acusado por ambulantes do bairro Serraria de extorsão com anuência de Adelson. O socialista nega conhecimento da suposta prática na Pasta.

Primo de Tonny Telles, José Wilton disse que, em setembro, foi procurado pelo parente para empréstimo de dois cheques com intuito de caucionar aluguéis dos espaços no Shop Serraria. Tonny alegou que ficaria responsável pela mudança de camelôs da Avenida Lico Maia para o comércio, a pedido de Adelson e com consentimento de Filipe dos Anjos, dono do minisshopping. Wilton concedeu dois documentos em nome de sua mulher, Maria José Amaral dos Santos. Posteriormente, cedeu um boleto em seu nome.

José Wilton contou que o acordo firmado com o primo era que ele devolveria os cheques assim que os comerciantes iniciassem o depósito referente ao aluguel dos boxes. Mas o empresário depositou os cheques que, sem fundos, foram devolvidos. Dois documentos tinham valor de R$ 3.650 e o terceiro, R$ 7.500.

"Desconfiado de como seriam cobertos os cheques, indaguei ao Tonny Telles como seria o pagamento. Ele me disse para eu ir até o local onde ele, Frank Miller e Adelson estavam. Vendo os três no local, fiquei tranquilo quanto ao cumprimento da obrigação, pois o Adelson, sendo secretário de Segurança Alimentar, me passou tranquilidade de que os cheques seriam cobertos", descreveu José Wilton.

Embora sabedor do acordo que transferiu os camelôs para o Shop Serraria, José Wilton negou conhecer o suposto esquema de extorsão na Pasta, denunciado por comerciantes ao Diário no dia 2. Segundo ambulantes, Tonny cobrava R$ 25 mensais para passar informações de fiscalização da Pasta de Adelson. José Wilton refutou envolvimento de seu irmão, Almeida Franco (PSDB), assessor parlamentar do vereador Márcio da Farmácia (PV).

Adelson negou as afirmações de José Wilton. Disse que não pediu cheques para pagar Filipe dos Anjos pelos boxes, assegurou que José Wilton não o informou do problema financeiro e ressaltou que irá processar os acusadores. "Não consigo entender os motivos pelos quais querem jogar meu nome na lata do lixo."

Filipe dos Anjos esteve ontem na Câmara para dar sua versão sobre o caso. Reforçou as informações ditas ao Diário no início do mês, citando Adelson e Frank como responsáveis pela indicação de Tonny Telles para atuar no local.

O depoimento gerou críticas dos vereadores socialistas Célio Boi e Vaguinho do Conselho. Ambos exigiram que o empresário apresentasse provas documentais das denúncias. Filipe dos Anjos disse que o acordo foi apenas verbal e que os documentos estavam na polícia e na Promotoria de Diadema, que investigam o caso.




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