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Nao rezo na cartilha de FHC, diz ACM
Do Diário do Grande ABC
29/09/2000 | 23:30
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O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhaes (PFL-BA), voltou a fazer críticas pesadas ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Bateu duro também nos ministro da Saúde, José Serra; da Integraçao Nacional, Fernando Bezerra; e dos Transporte, Eliseu Padilha, acusando-os de liberar verbas para correligionários e de incompetência. Ele fez as declaraçoes nesta sexta, no início da tarde, numa entrevista ao vivo para o apresentador Raimundo Varela, do programa Balanço Geral, da TV Itapoan, de Salvador.

ACM aproveitou uma pergunta sobre a especulaçao de que assumiria um ministério após deixar a presidência do Senado, em 2001, para fazer uma dos ataques mais duros a Fernando Henrique. "Nao tenho vontade de ser nem Fernando Henrique, muito menos de me colocar (no ministério), pois ele sabe que nao rezo cegamente na sua cartilha", declarou, passando a listar as divergências que tem com FHC. "Fiz o combate à pobreza, ele foi contra (hoje já está aderindo); quis o salário (mínimo) de R$ 180, ele nao, embora agora esteja querendo", disse.

O polêmico projeto de transposiçao do Rio Sao Francisco foi outro tema usado pelo senador baiano para alvejar o Planalto. "O governo nao apresentou um projeto decente. Primeiro, deveria fazer a irrigaçao (das terras que margeiam o rio), garantir a energia e resolver os problemas ambientais", disse.

Como nada disso foi feito, Magalhaes acha que o projeto "visa a interesses políticos, a intençao é fazer obras para beneficiar políticos que têm na transposiçao uma bandeira, como o ministro Fernando Bezerra", denunciou. O tema estradas pôs na mira de ACM mais dois colaboradores do governo Fernando Henrique: "As estradas sao de responsabilidade do ministro (Eliseu) Padilha, do PMDB, e é bom lembrar que o líder do partido é deputado baiano (Geddel Vieira Lima), mas as estradas na Bahia e no Brasil estao desastrosas."

Sobre Serra, ACM voltou a citar o caso da Prefeitura de Itiruçu (BA), governada pelo tucano Vágner Pereira Novaes, que teria recebido cerca de R$ 2 milhoes do Sistema Unico de Saúde em dois anos e nao teria usado o dinheiro para as obras previstas.

ACM atacou também o Judiciário, um dos seus alvos prediletos. Disse que este Poder nao está "entrosado" com um Brasil eficiente e ágil. "As sentenças nao sao proferidas, os juízes, muitos deles sao corruptos e o Judiciário nao faz nada", criticou, tachando de "inacreditável" o caso da fraudadora do Instituto Nacional do Seguro Social, Georgina Fernandes, libertada pelo STF.




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