Desde o fim do ano passado, São Bernardo tem apresentado em algumas ruas e avenidas um tipo de propaganda pouco conveniente à população e motoristas. Faixas de felicitações colocadas em postes por políticos do município causam poluição visual, atrapalham a sinalização de trânsito e ferem a legislação local.

Segundo o artigo 288 da lei 4.974, de 31 de maio de 2001, conhecida como Código de Posturas Municipais, a Prefeitura tem de autorizar a instalação das faixas. Além disso, a mensagem no material divulgado deve apresentar conteúdo "de interesse educativo, cívico, esportivo, religioso, sóciocultural e de trânsito".

Nos bastidores, há informações de que muitas das faixas não passaram pela análise da administração e foram colocadas diretamente por apoiadores dos políticos, um prenúncio do ano eleitoral que mal começou.

A Prefeitura foi procurada no começo da noite de ontem para informar se as publicidades estavam regularizadas. Entretanto, o Executivo disse que não haveria tempo hábil para responder ao questionamento e que equipes iriam vistoriar hoje os locais indicados para avaliar se estão de acordo com a lei.

O Diário percorreu as ruas da cidade ontem à tarde e constatou ao menos uma dezena de faixas de políticos saudando a população pela passagem do Natal e Ano-Novo. Os principais pontos onde os materiais foram instalados estão na região do bairro Santa Terezinha, principalmente na Avenida Luiz Pequini, e nos arredores da Prefeitura, no Centro do município.

As faixas dos políticos - a maioria do PT, partido do prefeito Luiz Marinho - dividem espaço com sinalização vertical de trânsito, muitas vezes atrapalhando a orientação dos motoristas.

O vereador Tião Mateus (PT), que ostenta faixa na Rua Oswaldo Mellone, ressaltou que não há problema na divulgação das mensagens. "Os dizeres têm caráter cívico. Felicitam as pessoas por conta de datas importantes", observou o líder do governo na Câmara.

No início do ano passado, São Bernardo também registrou grande número de faixas irregulares. Na ocasião, boa parte do material dos políticos era vinculada à eleição do ano anterior. Os recém-eleitos agradeciam à população pelos votos recebidos. A administração, entretanto, pouco fez para coibir os abusos apontados.