Economia Titulo Na Grécia
Ministro de Finanças se diz contra referendo
03/11/2011 | 08:48
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O ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, disse ser contra o polêmico plano do primeiro-ministro, George Papandreou, de realizar um referendo para decidir se o país deve continuar a fazer parte da zona do euro. "O lugar da Grécia no euro é uma conquista histórica do povo grego que não pode ser colocada em questão", afirmou Venizelos em um comunicado, depois de voltar da reunião G-20 (grupo das 20 maiores economias), em Cannes. "Isso não pode ser colocado na dependência de um referendo."

O comunicado representa mais um golpe para Papandreou, que enfrenta uma crescente revolta dentro do Partido Socialista por causa da proposta de referendo e será submetido amanhã a um voto de confiança no Parlamento. O combalido premiê surpreendeu seus próprios parlamentares nesta semana com a inesperada convocação de um referendo sobre o último pacote de ajuda ao país, de 130 bilhões de euros, acordado por líderes europeus em Bruxelas na semana passada.

A movimentação é considerada uma aposta de alto risco destinada a reprimir as críticas da opinião pública contra a política de austeridade, mas corre o risco de comprometer os planos para a solução da crise da dívida da zona do euro.

Paciência

Reunidos em Cannes, na França, na noite de ontem, os líderes europeus deixaram claro que perderam a paciência com a Grécia, exigindo que o país declare se quer permanecer na união monetária ou se arriscar em uma secessão. Depois de uma tensa reunião com Papandreou, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, alertou que a Grécia não receberá nenhuma ajuda adicional até que a questão seja resolvida, ressoando a opinião da chanceler alemã, Angela Merkel, que também estava presente. "A Grécia quer continuar parte da zona do euro ou não?", disse Merkel. "Essa é a questão que o povo grego deve responder agora."

Na segunda-feira, um parlamentar socialista saiu do partido, dizendo que o referendo põe em risco a sobrevivência econômica da Grécia e levantando a preocupação de que Papandreou seja obrigado a convocar eleições antecipadas. Pelo menos cinco deputados, que permanecem no partido, manifestaram sua oposição ao referendo. O Partido Socialista grego (Pasok) tem 152 assentos no Parlamento e precisa de uma maioria de 151 para sobreviver ao voto de confiança ou aprovar o referendo.

Segundo analistas, o governo pode sobreviver ao voto de confiança, mas a dissidência no partido significa que ele pode não ter votos suficientes para realizar o referendo. As informações são da Dow Jones.




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