A partir de 2013, o presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC terá mandato de dois anos, sem reeleição, diferentemente dos atuais 12 meses de gestão, com possibilidade de permanência no órgão. A proposta é do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), que, sem nenhuma mudança de última hora no cenário político, assumirá o comando da entidade no próximo mês.

A medida já tem quatro apoiadores: Aidan Ravin (PTB-Santo André), Adler Kiko Teixeira (PSDB-Rio Grande da Serra), o atual comandante da entidade de prefeitos, José Auricchio Júnior (PTB-São Caetano), além do próprio Volpi. Os outros três prefeitos do PT - Luiz Marinho (São Bernardo), Oswaldo Dias (Mauá) e Mário Reali (Diadema ) - serão consultados posteriormente.

O assunto começou a ser discutido ontem, durante almoço em restaurante de São Caetano, com Volpi, Auricchio, Aidan e Kiko. Eles também debateram a sucessão do órgão.

Volpi considera pouco um ano de mandato, mas entende ser necessário um tempo para que a medida entre em vigor. "Defendo essa medida porque entendo ser necessário um período maior para que as ações possam ser encaminhadas. Mas também não dá para mudar a regra no meio do jogo. Seria interessante se começasse a valer a partir dos prefeitos eleitos em 2012, para que não gere ciúmes. Sou partidário dessa proposta e vou trabalhar para isso", garante o prefeito de Ribeirão Pires.

Mesmo estando na segunda gestão, Volpi poderia ser beneficiado com a extensão do mandato no Consórcio, já que o político do PV planeja mudar o domicílio eleitoral e disputar a Prefeitura de Mauá daqui a dois anos. Desta forma, estaria apto para pleitear a presidência do colegiado em 2013, em caso de vitória nas urnas.

ESTATUTO - A ideia é aproveitar a mudança que o Consórcio atravessará neste ano - quando passará a ter personalidade jurídica, com possibilidade de realizar financiamentos e convênios com governos estadual e federal - para alterar o parágrafo 1º do artigo 9º do estatuto do órgão, que trata deste item. "Vamos aproveitar essa nova fase e discutir isso. Essa questão será debatida neste ano. A possibilidade de dois anos sem reeleição é interessante", defende Auricchio.

Apesar de reconhecer que deverá estar à frente do Consórcio neste ano, Volpi diz que o grupo ainda irá conversar com os comandantes petistas de São Bernardo, Mauá e Diadema, para que não haja disputa pelo cargo. "Temos maioria, mas queremos o consenso. Nossa intenção não é 4 a 3 e sim 7 a 0. Queremos saber o que os três prefeitos do PT pensam", afirma Volpi. Dos três, o único que chegou a cogitar o cargo foi Reali, atual vice-presidente do Consórcio. A missão de ouvi-los deverá ficar com Kiko, que presidiu a entidade regional de prefeitos em 2007.

Os sete prefeitos se encontram oficialmente no Consórcio no dia 18, na primeira reunião ordinária do ano. Eleição deverá ser pauta, mas a oficialização do nome do comandante sairá no encontro de fevereiro.

Somente um petista deverá comandar a entidade nesta gestão

A contar pela intenção do grupo não petista de prefeitos do Grande ABC, somente um chefe do Executivo do Partido dos Trabalhadores deverá comandar a entidade regional nesta gestão.

Com Volpi à frente do Consórcio neste ano, restariam mais dois mandatos para possíveis três pleiteantes: Aidan Ravin, Luiz Marinho e Mário Reali. Nem Kiko nem Auricchio demonstram intenção de presidir novamente a entidade.

Na reunião de ontem, também ficou definido que Aidan irá dirigir o colegiado e, com a maioria, já estaria virtualmente eleito. Apenas ficaria para decidir se seria em 2011 ou 2012. Desta forma, os petistas brigariam por uma chance de presidir o grupo de prefeitos.

Oswaldo também declarou que não tinha pretensões, por enquanto, de pleitear o cargo, já que presidiu o órgão em 2000. Reali, então, levaria vantagem sobre Marinho no Consórcio, já que o petista de São Bernardo tentará assumir a presidência do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê em 2011.