As declarações do pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a política comercial adotada pelo governo norte-americano gerou polêmica. Em entrevista coletiva na Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Lula afirmou: Os Estados Unidos só estão fazendo o papel deles. O Brasil é que não faz o mesmo. Eles estão fazendo o que nós deveríamos fazer: defendendo seu emprego, sua agricultura e sua indústria.

Entretanto, nesta noite o partido divulgou uma nota negando que o pré-candidato tenha elogiado o protecionismo dos Estados Unidos. O comunicado do porta-voz do PT, diz que na verdade Lula criticou os EUA “por se mostrarem como campeões do livre-comércio para fora, mas adotarem medidas protecionistas para dentro. Lula criticou também a demora do governo brasileiro em agir contra as medidas norte-americanas que taxaram o aço, assim como ocorre com respeito ao algodão, ao açúcar e à soja”.

Durante a entrevista, o presidente de honra do PT disse também que um possível governo de esquerda no país não terá problemas em negociar com nenhuma nação. "Não está claro que alguns governantes de esquerda tenham dificuldade em Washington", afirmou, argumentando que a China não teve obstáculos e foi transformada, segundo ele, em parceira preferencial dos Estados Unidos.

"O que o Brasil precisa é negociar pensando em seus interesses", afirmou, lembrando que o país tem pendências atuais com os Estados Unidos no aumento do subsídio à agricultura, previsto na nova lei agrícola norte-americana, e no protecionismo ao setor siderúrgico.