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Diniz escolhe sucessora da Comercial Nova Rochamar
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
16/11/2010 | 07:53
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A Alfa Real Construtora e Comércio substituirá a empresa de fachada Comercial Nova Rochamar no fornecimento de oito funcionários (um pedreiro, um pintor, quatro ajudantes gerais e duas recepcionistas) para o Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). A homologação foi assinada pelo superintendente da autarquia, Diniz Lopes (PR).

A empresa de saneamento irá, no entanto, gastar mais com a troca do fornecedor. Encerrado no dia 10, o contrato emergencial com a Nova Rochamar - que entregou balancete e atestados de capacidade técnica falsos durante a licitação - era de R$ 143,5 mil por seis meses (R$ 23,9 mil mensais). Agora, com a Alfa Real, o Sama irá gastar, por um ano, R$ 297,5 mil, o que dá R$ 24,8 mil por mês. O contrato deve ser assinado nos próximos dias.

Esse é o segundo contrato do Sama com a Alfa Real. No mês passado, a autarquia publicou, no Diário Oficial, a contratação da empresa para executar obras de prevenção e combate à incêndio, no valor total de R$ 139.537,50. Assim como a da Nova Rochamar, esse contrato foi celebrado por Vladimilson Garcia, braço-direito de Diniz, que ocupou a superintendência do Sama entre abril e outubro. No período, Diniz disputou eleição, sem sucesso, para deputado estadual. Dias depois do pleito, o prefeito Oswaldo Dias (PT) reconduziu o aliado ao posto.

 

IRREGULARIDADES

A contratação emergencial da Comercial Nova Rochamar pelo Sama foi repleta de ilegalidades. A empresa apresentou à autarquia balanço patrimonial que mostrava que, em apenas 24 dias após ser aberta, havia obtido ativo circulante de R$ 720 mil. O Diário revelou com exclusividade a irregularidade no dia 17 de outubro. Dois dias depois, o contador Emerson Pereira da Silva negou que tivesse assinado o documento contábil. Representantes de empresas que teriam emitido atestados de capacidade técnica também disseram que suas assinaturas eram falsas.

O Sama chegou a abrir sindância, mas ainda não apresentou os resultados. Oswaldo disse que, apesar do problema, não iria cobrar o dinheiro de volta da empresa.

 

DOAÇÕES

O procurador da Comercial Nova Rochamar, José Vieira da Rocha, doou, em nome de sua empresa, a Rochamar Construções, para as duas últimas campanhas de Diniz. Neste ano, foram R$ 110 mil e, em 2008, quando Diniz disputou a Prefeitura de Mauá, pelo PSDB, a Rochamar desembolsou R$ 37,1 mil. Naquela disputa, Diniz ficou em terceiro, atrás de Oswaldo e de Chiquinho do Zaíra (na ocasião no PSB, atualmente no PMN). Poucas horas após o primeiro turno, Diniz declarou apoio a Oswaldo na segunda etapa. Com a vitória do petista no segundo turno, o aliado recebeu como recompensa o comando do Sama.

 

 

Contratada foi desclassificada em outra licitação

 

Assim como a Comercial Nova Rochamar, a Alfa Real Construtora e Comércio se inscreveu para participar da licitação do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) que iria escolher empresa para prestação de serviços de limpeza e conservação.

A empresa de fachada, que já tinha, na ocasião, o outro contrato emergencial com a autarquia, foi desclassificada por, segundo a comissão de licitação do Sama, ter apresentado valor inexequível para o contrato, de R$ 180 mil, pelo período de um ano./CW

A Alfa Real foi eliminada porque não apresentou a documentação solicitada no edital no período determinado pela contratante.

A vencedora do certame, então, foi a Construbrass Construtora Ltda. EPP, que apresentou proposta no valor de R$ 243.583,20 pelos 12 meses, o que significa valor mensal de R$ 20,3 mil. A exemplo do que ocorreu no processo de escolha de empresa para manutenção predial (fornecimento de funcionários), o edital de contratação para serviços de limpeza foi marcado por reclamações de empresas e pedidos de impugnações. Como no caso da Alfa Real, a definição pela Construbrass foi feita pelo superintendente Diniz Lopes, no dia.(Sérgio Vieira)




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