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Ausência de vagas em creches volta à cena na Câmara de Diadema
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
27/11/2009 | 08:00
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A discussão da falta de vagas em creches voltou à cena ontem na Câmara de Diadema, inclusive com direito à Tribuna Livre - espaço aberto, mediante inscrição prévia, para a população se manifestar. Em julho, a Justiça condenou a Prefeitura a zerar em até dois anos o número de crianças que estão na lista de espera do atendimento municipal previsto na Constituição Federal. Em 2007, 8.350 estariam fora da escola. A administração Mário Reali (PT) aponta 3.125 crianças na fila hoje.

Abaixo-assinado com 261 adesões foi protocolizado no Legislativo para impedir que a Prefeitura reduza carga horária diária de cinco para quatros horas na creche municipal do Jardim Marilene - cerca de 80 crianças são atendidas, segundo Lucila Laura Pinheiro Lopes, uma mãe que acompanhava a sessão.

Para a vereadora Irene dos Santos (PT) é um contrassenso. "Educação Infantil é competência do município. Nossa prioridade tem de ser creches e Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil)", afirmou, mais uma vez em um discurso contrário à municipalização de quatro escolas estaduais de Ensino Fundamental neste ano.

E foi além: "A secretária de Educação (Lúcia Couto) não discutiu a redução da carga horária da Educação Infantil, que as mães mais precisam, mas aumentou a jornada do Ensino Fundamental. Aqui aprovamos leis, porém temos de discutir melhor essas questões", acrescentou.

Uma reunião sobre a diminuição de jornada, segundo o vereador José Antonio da Silva, o Zé Antonio (PT), foi marcada para 2 de dezembro, às 14h, na sede da Pasta da Educação. Situação inversa da Creche Santo Ivo, que atenderá 67 crianças até 11 de dezembro no Jardim Casa Grande. Depois desse prazo, a instituição, que é conveniada da Prefeitura, fechará suas portas.

"Até agora, ninguém da Educação nos procurou e já estamos no fim do ano. Nem matrículas fizemos", afirmou Marinisa Carminetti Baptista, coordenadora-geral da Comunidade Inamar Educação e Assistência Social, entidade filantrópica instalada há 38 anos na cidade e que tem cinco núcleos conveniados com a Prefeitura.

O impasse é por conta do imóvel alugado que abriga a Creche Santo Ivo, mas que será entregue ao proprietário no fim deste ano. Problemas com afundamento do piso e vazamento colocam em risco a segurança das crianças. "A Prefeitura ficou de arrumar novo espaço para transferirmos o atendimento, mas não houve resposta. A população nos cobra diariamente", explicou Marinisa.

A Creche Santo Ivo atende demandas, além do Jardim Casa Grande, Jardim Portinari e Vila Nogueira. Cadastro de vagas feito pelo núcleo aponta 90 crianças, entre 2 e 6 anos, na fila de espera. É o caso de Suzana dos Santos Vieira, que necessita da vaga para o filho. "Não temos outra creche no bairro, Por isso, a procura é grande. A Prefeitura não pode permitir o fechamento", disse Suzana.

Questionada sobre os dois problemas - redução de carga horária e fechamento da creche -, a Prefeitura não respondeu ao Diário nem à população.




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