O traficante Maurício de Lima Mathias, conhecido como ‘Boizinho’, um dos quatro acusados de assassinar o jornalista Tim Lopes, da Rede Globo, foi morto em uma troca de tiros com a polícia na manhã desta quinta-feira. O tiroteio aconteceu na favela de Vigário Geral, zona Norte do Rio de Janeiro. A polícia acredita que Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, acusado de chefiar o bando que matou Tim Lopes, estaria escondido em Vigário Geral, mas teria fugido depois da troca de tiros.

Na manhã desta quinta, policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas realizaram uma operação na favela e cercaram a Praça Catolé do Roxo, esperando que ‘Boizinho’ deixasse a casa na qual estava escondido e saísse para expulsá-los do local. Quando ele apareceu em um Gol vinho teve início o tiroteio que terminou com a morte de dois traficantes. Além de Boizinho, Ricardo Vítor dos Santos, considerado como o segundo homem na hierarquia do tráfico na Barra da Tijuca, também morreu.

A polícia estava rastreando ligações telefônicas de Boizinho já há algum tempo. Depois da troca de tiros, os policiais fizeram uma busca na região, mas não conseguiram encontrar Elias Maluco. Acredita-se que ele estava na favela no momento do tiroteio, mas que tenha conseguido fugir antes da chegada dos policiais.

Nesta quarta-feira, a polícia encerrou o inquérito sobre o assassinato de Tim Lopes, no qual culpa o jornalista pela própria morte. No inquérito, o delegado Daniel Gomes afirma que Lopes se colocou demais em risco ao tentar registrar imagens de traficantes da Vila do Cruzeiro, na zona Norte do Rio de Janeiro.

O jornalista foi raptado no dia 2 de junho enquanto fazia uma reportagem sobre a exploração de menores em bailes funk do Rio de Janeiro. Ele foi levado pelos traficantes, comandados por Elias Maluco, para um local afastado, onde foi morto com requintes de crueldade.

O inquérito, apesar de afirmar que o repórter “se colocou muito perto do perigo”, responsabiliza a quadrilha de Elias Maluco pela morte. Nove traficantes são acusados de homicídio qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.

Depois do anúncio do inquérito, a governadora Benedita da Silva pediu a exoneração do delegado Sérgio Rogério Costa Falante, da 22ª DP (Penha), encarregado do caso Tim Lopes.