O açúcar (utilizado em bebidas, bolos e doces) é proveniente da cana-de-açúcar e a produção conta com diversas etapas. Após a colheita, a raíz é limpa e levada para a usina, local onde acontece todo o processo de extração do caldo da planta.

O líquido é aquecido, decantado (ação de separação de misturas) e filtrado. Após o tratamento, surge um caldo de cana transparente, de cor levemente amarelada, que contém, basicamente, água, sais minerais e açúcares. A finalidade da evaporação é a retirada de pelo menos 75% da água presente no líquido para transformá-lo em xarope concentrado, que depois vira espécie de cristal a ser secado – e, posteriormente, peneirado e armazenado. São mais ou menos 15 horas necessárias para o processo entre a chegada da cana na usina até o armazenamento, para, então ser encaminhado aos mercados.

Há alguns anos, o Brasil é o principal produtor e vendedor de açúcar no mundo. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o País exportou, em junho, 2,686 milhões de toneladas de açúcar bruto e refinado.

ORIGEM - A cana veio da Oceania, mais especificamente de Papua-Nova Guiné, uma ilha do lado da Austrália. Começou a ser cultivada na Índia e foi se espalhando pelo mundo por meio de mercadores que levavam mercadorias do Oriente ao Ocidente.

A teoria mais aceita sobre a produção do açúcar é que a técnica foi ‘emprestada’ dos muçulmanos, que aprenderam o sistema com a produção de azeite (feito a partir das azeitonas).

A planta é uma gramínea, ou seja, da mesma família do capim e da grama. Existem diversas curiosidades sobre este ingrediente, entre elas, o fato de que, há 700 anos, era uma especiaria rara. Assim, era utilizado como presente em grandes eventos, como coroações e casamento reais.

Tipos do item variam entre possibilidades de uso e cores

Existem vários tipos de açúcar, todos produzidos do caldo extraído da cana. O que varia entre eles é sua cor, tamanho dos grãos e possibilidades de uso.

O mascavo, por exemplo, é resultado do primeiro processo de refinamento. Sem aditivos químicos, tem cor caramelo, é mais úmido e o sabor lembra a rapadura. Já o tipo cristal é extraído da primeira fração do processo de fabricação do açúcar. Ele frequentemente é utilizado na preparação de doces e bolos.

O refinado, mais consumido pelas pessoas, é branco por causa da adição de produtos químicos. Os chamados light combinam esse último tipo com alguns adoçantes artificiais.

Da área cultivada no Brasil, São Paulo é o Estado que mais produz cana-de-açúcar (52% do total), seguido por Goiás (10%) e Minas Gerais (9%). Mato Grosso do Sul, Paraná, Alagoas, Pernambuco e Mato Grosso também fazem parte dos 94,5% da produção nacional.

Pergunta de Lucas de Campos Silva, 9 anos, de São Caetano, que adora beber chá e, quanto mais doce, melhor. “Gosto de colocar muito açúcar. Acho que ele muda para melhor o gosto dos alimentos, mas não tenho ideia de como é feito. Aliás, adoro tudo o que é bem doce.”

Consultoria de Raul Lody, antropólogo e autor do livro Caminhos do Açúcar; Rosemeire Bom Pessoni, coordenadora do curso de Ciências Biológicas da Universidade Metodista de São Paulo, e Viviana Teran, gerente de marketing da Açúcar União.