As declarações de Mateus Prado (sem partido) publicadas pelo Diário sexta-feira foram muito mal digeridas pela família Jacomussi, analisada pelo presidente de honra do Instituto Henfil como "um anexo da família Damo (do ex-prefeito, Leonel)", e que, portanto, adepta da política de fisiologismo.

"Ele tem de limpar a boca antes de falar dos Jacomussi", reclamou o ex-vereador por sete mandatos (e presidente da Câmara em três ocasiões) Admir Jacomussi (PRP). "Minha ficha é limpa. Aí vem um cidadão desses, que nunca foi nada, mexer com família de realizações e tradição em Mauá", continuou, irritado.

Na sexta-feira, o Diário publicou reportagem mostrando que Mateus Prado é o favorito para substituir o vereador Atila Jacomussi (filho de Admir) no comando do PV de Mauá. O parlamentar foi destituído do posto pela executiva estadual.

Históricamente ligado a Damo (foi secretário de Obras em seu segundo mandato de prefeito - 2005/2008), Admir atenta que a amizade que ostenta com o ex-chefe do Executivo e seus parentes (citou a deputada estadual Vanessa Damo - PMDB - e seu marido, José Carlos Orosco Júnior) é "sagrada". Entretanto, salientou que atualmente os Jacomussi trilham caminho independente aos traçados pelos Damo.

O posicionamento é com vistas às eleições de 2012. Admir, Atila e Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PTdoB) encabeçam a "nova oposição", cujo lema é ser a mudança na política da cidade. Questionado então se faz questão de desvincular seu nome ao dos aliados históricos (Vanessa deve ser candidata a prefeita), Admir desconversa. "Não vou entrar nesse mérito."

Atila, também irritado, sequer citou o nome de Mateus. "Não tenho contato político com este indivíduo, nem quero ter. Ele passou por vários partidos e saiu sempre pelas portas dos fundos", atacou, recordando que o adversário militou no PT, concorreu a prefeito em 2008 pelo Psol, voltou para o PT e depois foi para o PSDC. "Não preciso falar nada. O currículo dele já diz tudo."

Mateus, por sua vez, afirmou que os Jacomussi não estão preparados para debater políticas públicas. "Não vou me rebaixar ao patamar deles", cutuca. "Estou preocupado com políticas propositivas, como melhorar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), e não fisiológicas."

Apesar do cenário amplamente favorável (tem o aval do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi, e da vereadora de Diadema e deputada estadual eleita, Regina Gonçalves), o ex-prefeiturável ainda não confirma o ingresso no PV.