Cultura & Lazer Titulo Especial
Somos todos estranhos

Série da Netflix, ‘Stranger Things’
promove mergulho no universo dos anos 1980

Vinícius Castelli
03/08/2016 | 07:00
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Divulgação


Assim como os bottons, tênis de cano alto, cabelos armados, pirulitos Dip n’Lik e sons de bandas como New Order viraram febre de uma hora para outra nos anos 1980, a mesma coisa acontece agora com Stranger Things. O seriado, novo em folha (estreou em 15 de julho), com produção da Netflix e assinado pelos irmãos Matt e Ross Duffer, explodiu e muito se fala sobre. Só a página brasileira da série no Facebook já beira 1 milhão de curtidas.

Ambientada em 1983, em Hawkins, pequena cidade dos Estados Unidos, a produção de ficção científica conta com Wynona Ryder, que vive Joyce Byers, mãe do jovem Will (Noah Schnapp), que misteriosamente desaparece durante uma volta para casa em cima de sua bicicleta estilo Caloi Cross. Todos dizem que o garoto está morto, até mesmo o xerife Hopper, papel muito bem construído pelo ator David Harbour (O Besouro Verde e O Segredo de Brokeback Mountain).

Mas coisas estranhas começam a acontecer no local. Diante disso, Joyce custa a aceitar a morte de Will e, em tom enlouquecedor – o que dá direito a Wynona receber uma salva de palmas pelo papel que vive de forma feroz –, faz tudo o que pode, e o que não pode, para tentar descobrir o que aconteceu ao garoto. Como suporte, ela tem a força do filho mais velho, o calado Jonathan Byers (Charlie Heaton).

Apesar da busca desenfreada por Will, a série, cuja temporada de estreia conta com oito episódios, gira também em torno do aparecimento da garota Eleven (Millie Bobby Brown) e da amizade de um grupo – que foge à regra dos demais – formado por Mike Wheeler (Finn Wolfhard), Lucas Sinclair (Caleb McLaughlin) e Dustin Henderson (Gaten Matarazzo), todos amigos do desaparecido e que também o procuram com afinco. Diferente das demais crianças, Eleven é capaz de fazer coisas incríveis e conquista seu espaço na turma.

Suspense, um bocado de medo, aflição e momentos emocionantes dão tom ao trabalho, que é repleto de personagens extremamente cativantes. Tudo isso em momento em que os Estados Unidos vivia tensão política com a União Soviética. Não dá para deixar de citar a trilha sonora da obra, de ponta, com direito ao som de The Clash e Toto.

Stranger Things pode levar o público para diversos lugares, mas o mais interessante é como a série é capaz de transportar as pessoas para os anos 1980. Tudo está lá. As fitas cassete, as bicicletas com farol, a música, as caminhonetes, a pureza na diversão das crianças, que não tinham celular e precisavam estar juntas para brincar, e tantas outras coisas.

Além disso, os irmãos Duffer promovem várias referências para diversas obras realizadas nos anos 1980, como E.T. – O Extraterrestre, Os Goonies e Conta Comigo, entre outros filmes. Há quem diga que é exagero pensar assim. Mas vai da interpretação de cada um e da vontade de deixar a imaginação voar solta.

Em Stranger Things, nada está certo, tudo pode acontecer. Nem todas as perguntas são respondidas e há espaço para sequência. Se estamos sozinhos nesse mundo ou não, ou o que uma criança é capaz de fazer e ate onde vai o amor de uma mãe? Só assistindo para saber.   




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