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GM volta ao mercado acionário nos EUA
Leone Farias
do Diário do Grande ABC
19/11/2010 | 07:32
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Andréa Iseki/DGABC


A montadora norte-americana General Motors voltou a toda velocidade a Wall Street, onde as primeiras ações de sua oferta pública inicial (IPO, em inglês) foram colocadas ontem.

A estimativa inicial era de que a oferta alcance pelo menos US$ 20,1 bilhões, o que permitiria reduzir o pacote acionário do governo (de cerca de US$ 50 bilhões) que resgatou a empresa da ruína quase certa. "Temos um pouco de vento a favor", disse o diretor-executivo da GM, Dan Akeson, à rede CNBC, que o entrevistou na Bolsa de Nova York.

Akerson, que deu o sinal de abertura do mercado, mostrou-se otimista de que a IPO será um sucesso e afirmou que as ações despertaram grande interesse dos investidores. "Sinto que há uma enorme quantidade de pessoas que querem possuir ações", disse.

A empresa, outrora estrela do índice Dow Jones que precisou sair do mercado após a decretação de sua concordata em junho de 2009, voltou à Bolsa reestruturada. Com a capitalização, a GM tenta deixar para trás o controle governamental, que fez com que há um ano e meio ganhasse o apelido de "Government Motors". A venda reduziria o pacote acionário do governo de quase 50% para 37%, gerando ao contribuinte dos Estados Unidos cerca de US$ 11,7 bilhões.

Para o presidente da GM América do Sul, Jaime Ardila, o fato de as ações da companhia terem gerado interesse se deve a quatro motivos: a estrutura de custos da empresa, que reduziu seu endividamento; os produtos - no Brasil, a montadora tem 20 modelos diferentes, o maior leque de opções no setor -; sua presença global; e, por fim, a percepção de que a nova GM traz perspectivas favoráveis de êxito, pela disposição em se reorganizar.

IMPACTO - Ardila afirmou ainda que a reestruturação dá mais tranquilidade aos investidores, mas ressaltou que os problemas financeiros nunca afetaram as operações brasileiras e que a subsidiária manteve a lucratividade nos últimos anos.

O executivo acrescentou que, durante o período de dificuldades da companhia nos Estados Unidos, os fornecedores da GM do Brasil mantiveram confiança de que não haveria contaminação dos negócios por aqui.

Segundo a presidente da GM do Brasil, Denise Johnson, os mais de R$ 5 bilhões de investimentos no País no período de 2009 a 2012 e o fato de, nos últimos quatro anos, a empresa ter ampliado as vendas em 50 mil veículos anualmente, mostram que a filial se manteve em ascensão. (com AFP)

 

Empresa vai investir R$ 2 bi no País no próximo ano

Do total de US$ 5 bilhões de investimentos programados no período de 2009 a 2012, a GM do Brasil planeja aplicar R$ 2 bilhões no ano que vem e outro R$ 1 bilhão no ano seguinte.

Denise Johnson, presidente da GM do Brasil, afirmou que a companhia está focada no desenvolvimento de produtos e na renovação de seu portfólio de modelos.

Como parte desse plano, estão previstos quatro novos modelos até o fim de 2011 e outros seis em 2012. É a maior quantidade de lançamentos já feitos (esse número não inclui reestilizações de carros) pela empresa, dentro de um mesmo período de investimentos.

IMPORTÂNCIA - O presidente da GM América do Sul, Jaime Ardila, citou que o Brasil tem crescido em importância para os negócios do grupo mundialmente. Neste ano, a subsidiária representa 8% das vendas globais, enquanto há cinco anos, contribuía com 3%.

Outro sinal de como o País ganhou relevância foi o desmembramento da América do Sul como uma região que passará a ter resultados divulgados em separado pela companhia, a partir de janeiro. Antes, pertencia à divisão Laam (América Latina, África e Oriente Médio). "Isso sinaliza o foco maior das operações brasileiras", disse.

Por causa do desempenho, o centro de tecnologia da companhia, localizado em São Caetano, também se tornou mais importante como plataforma para desenvolvimento de produtos de mercados emergentes.

As previsões são favoráveis. Ardila projeta que o mercado nacional fechará neste ano com 3,4 milhões de vendas e, no ano que vem, alcançará 3,56 milhões de unidades vendidas e a GM manterá sua participação em 20% no segmento.

 




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