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‘A Experiência’ mostra o homem no limite
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
04/09/2003 | 20:11
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Muito pouco chega do atual cinema alemão por aqui, mas o que aparece costuma agradar o espectador de filmes alternativos. Alguns até ultrapassam as barreiras das salas de arte e ganham o grande público, caso do moderninho Corra Lola Corra (1998), com Franka Potente, e o drama Paraíso, com Cate Blanchett, ambos dirigidos por Tom Tykwer. Nesta sexta-feira, o circuito paulistano recebe um título difícil, mas que deve causar muita discussão pós-sessão. É A Experiência (Das Experiment, 2001), de Oliver Hirschbiegel.

Para fazer A Experiência, Hirschbiegel devorou em uma noite o romance homônimo de Mario Giordano. Soube imediatamente que estava diante da matéria-prima para seu primeiro longa-metragem. “A história tem um suspense extraordinário e muito crível”, afirmou o diretor por meio da assessoria de imprensa da Europa Filmes.

O filme tem mesmo um argumento interessante. Apesar disso, só conseguiu sair do papel – isto é, ganhar investimentos – depois que o ator Moritz Bleibtreu, cujo prestígio vem de Corra Lola Corra, aceitou ser o protagonista. “O filme está centrado em questões importantes: como as pessoas vivem juntas, como elas lidam com autoridades e até que ponto se responsabilizam por seus atos”, disse Bleibtreu.

A Experiência foca-se em Tarek (Bleibtreu), um motorista de táxi que se confronta com um anúncio chamativo: “Recrutamos participantes para teste. US$ 2 mil por 14 dias. Experimento em prisão simulada”. Para quem está numa pior, é garantia de dinheiro fácil. Mas para Tarek, é mais que isso. É talvez uma oportunidade de voltar ao jornalismo, após dois anos afastado da profissão.

Aparentemente tudo é feito em nome da ciência. Um jogo comandado pelo dr. Thon (Edgar Selge) e pela dra. Jutta (Andrea Sawatzi). Dos 20 homens inscritos, 12 serão “prisioneiros” e oito, “guardas”. Tarek fica no primeiro grupo, que é obrigado a obedecer os guardas, enquanto estes têm a missão de manter a ordem. No primeiro dia, tudo funciona muito bem. Mas conforme o tempo passa os conflitos aparecem, até chegar ao caos total. É a velha história: dê a um homem um pouco de poder e ele comete coisas inesperadas; tire de um homem seu orgulho e sua humanidade e ele faz coisas piores.




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