Com mais dinheiro no bolso e poder de consumo reforçado, o brasileiro não tem se programado para fazer suas compras. Pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) sinaliza que 74% das pessoas estão endividadas. O fator preocupante é que 38,5% delas afirmaram que terão problemas para quitar as contas nos próximos meses.
O alento, segundo a Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo ), é que o nível de emprego dos paulistanos está em crescimento, na casa dos 98%, favorecendo o pagamento das dívidas.
Na mesma enquete do Idec, 35,5% dos entrevistados disseram que vão pagar as dívidas no prazo.
Para a economista do órgão de defesa do consumidor, Ione Amorim, esta parcela de endividados vem principalmente das camadas mais baixas da população, que não recebem instruções de como controlar o orçamento doméstico.
"Existia demanda por consumo reprimida, sendo assim qualquer valor adicional à renda dessa população causa reflexo na roda da economia. Essas pessoas têm acesso a produtos que não consumiam até pouco tempo atrás."
Ione pontua que apenas 26% dos 735 internautas que responderam a enquete do Idec declararam não possuir dívidas. A economista ressalta que o correto seria que todas as despesas do mês coubessem no orçamento familiar, por isso antes de assumir novos compromissos, os consumidores precisam calcular qual será o impacto ao adquirir um bem.
PLANEJAMENTO - Para economizar é imprescindível mudar alguns hábitos de consumo e planejar rigorosamente os gastos. O primeiro passo é fazer uma análise das despesas. Anote cada gasto feito no mês. Utilizar planilha de orçamento ajudará a fiscalizar as contas e deixá-lo mais consciente.
A entidade disponibiliza um modelo no link www.idec.org.br/arquivos/orcamento-domestico-idec.xls. A economista do Idec lembra que se a pessoa está endividada, recomenda-se cortar do orçamento os gastos supérfluos e guardar o dinheiro que sobrar para pagar os débitos.
PERFIL - Estar endividado significa que o consumidor terá sua renda comprometida por determinado período para honrar com uma conta. Enquanto o inadimplente está no vermelho, ou seja, faz pagamentos com atraso.
De acordo com a entidade que defende os direitos do consumidor, existem dois perfis de endividados: o passivo, vítima de acontecimentos como desemprego, doença, acidente ou separação,que resultam na queda ou suspensão da renda mensal.
E o ativo, que é a pessoa que consome impulsivamente e não observa o valor do seu rendimento ao assumir um compromisso financeiro, indo além do que sua condição permite.
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