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Mickey Rourke volta quase biográfico em 'O Lutador'
Carla Navarrete
Do Diário OnLine
13/02/2009 | 07:26
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Em 20 anos, Mickey Rourke passou de galã de Hollywood a figura excêntrica que, por pouco, não caiu no total ostracismo. Agora, é o grande favorito a ganhar o Oscar de melhor ator no próximo dia 22, por seu papel em "O Lutador", que estréia nesta sexta-feira nos cinemas de São Paulo.

Veja o trailer

Hollywood adora premiar personagens sofredores, e o filme de Darren Aronofsky ("Réquiem para um Sonho") se encaixa muito bem nessa categoria, sendo um paralelo entre a história do personagem e a vida real do ator. Talvez, por isso, Rourke tenha alcançado uma interpretação tão sincera como Randy ‘The Ram' Robinson, um profissional de luta livre - esporte bastante popular nos Estados Unidos - prestes a se aposentar.

Depois de virar símbolo sexual com filmes como "9 Semanas e ½ de Amor" (1986), Rourke abandonou a carreira no cinema e se lançou como lutador de boxe na década de 90. Como resultado, passou por diversas cirurgias plásticas e ganhou um rosto deformado. A partir daí, apareceu apenas em produções mais independentes, salvo exceções como "Era uma Vez no México" (2003) e "Sin City" (2005), de Robert Rodriguez. Com um histórico como esse, era de se esperar que caísse como uma luva no filme de Aronofsky.

O longa começa mostrando recortes, pôsteres e troféus da fase áurea de Randy, que, assim como Rourke, teve seu auge na década de 80. Vinte anos depois, ele ainda conserva os longos cabelos loiros e a cara de mau, só que em um corpo decrépito. ‘The Ram' ainda se apresenta em torneios de luta livre, mas mora em um trailer, usa óculos e um aparelho de audição, toma anabolizantes para manter a forma física e precisa trabalhar como carregador em um supermercado para pagar as contas.

Aos poucos, Randy começa a se dar conta de que não vive mais os dias de antes. A situação se complica quando ele participa de uma luta da categoria chamada ‘hardcore wrestling', que envolve objetos como cacos de vidros e arame farpado, e sofre uma parada cardíaca. Após passar por uma cirurgia, os médicos lhe dão um ultimato: é hora de largar a carreira profissional.

Mesmo relutante, o lutador sai em busca de uma vida diferente. Arranja um emprego fixo e tenta retomar a relação há muito tempo perdida com a filha Stephanie (Evan Rachel Wood), além de ensaiar um romance com a stripper Cassidy (Marisa Tomei). Aliás, o diretor conseguiu retomar duas carreiras com este longa: ganhadora de um Oscar de atriz coadjuvante por "Meu Primo Vinny" (1992), Marisa só fez filmes medianos desde então. Agora, foi novamente relembrada pela Academia e ganhou mais uma indicação por esse papel.

No entanto, Randy aprenderá que mudar completamente de rumo não é tão fácil quanto parece. Não só porque o restante do mundo impõe barreiras, mas também porque é difícil para ele abandonar toda uma existência. Situação parecida com a de Mickey Rourke atualmente - mesmo ovacionado pela crítica, continua aparecendo com pinta de bad boy em todas as premiações. Coisas que só Hollywood oferece.




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