Cerca de 700 professores do ensino municipal de Mauá serão duplamente penalizados pela falta de dinheiro da Prefeitura. Além de não receberem o salário completo referente ao mês de dezembro, a categoria ficará sem um terço do salário referente ao período das férias.

O recesso na rede municipal de ensino teve início no último dia 22, e os professores só voltarão ao trabalho no dia 2 de fevereiro. Segundo o Sindserv (Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos) de Mauá, a data limite para o pagamento expirou também no dia 22. E não há prazo para o pagamento.

Ontem, todos os servidores públicos da cidade receberam apenas 40% do valor líquido do salário, quando deveriam receber 60%. Outros 40% foram pagos no dia 15. "É um absurdo. Nenhum professor recebeu as férias. Liguei para o RH (Recursos Humanos) da Prefeitura e a única informação que eu tive é de que não há previsão para o pagamento", reclamou uma professora do ensino fundamental, que não quis se identificar.

No Sindserv de Mauá, as reclamações foram constantes. "Até voltamos do recesso para atender os funcionários", explicou o diretor Silvio de Oliveira. Ele afirma que na manhã de ontem esteve no Paço Municipal para obter informações sobre a previsão de pagamento. "Não havia ninguém lá. O pagamento das férias dos professores vai ficar para o próximo prefeito. É um total descaso".

Oliveira afirmou que o Sindicato não tem acesso ao montante devido pela Prefeitura aos servidores. "Não sabemos o valor da folha de pagamento". Procurado, o secretário de Finanças de Mauá, José Francisco Jacinto não atendeu aos telefonemas da reportagem. O prefeito eleito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), preferiu não comentar o assunto.

Desde novembro, o funcionalismo vem sofrendo com a falta de dinheiro da administração pública. Além da falta de pagamento dos salários, o 13º também sofreu dois atrasos.