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Detergente faz Brasil ter 'inimigo íntimo' em estreia diante de sul-africanos
31/07/2016 | 09:00
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Pelo menos um jogador da seleção da África do Sul, que enfrentará o time olímpico brasileiro na quinta-feira, vai se sentir em casa atuando no Rio-2016. O atacante Tyroane Sandows, ou simplesmente Ty, como é conhecido no Brasil, atua no Grêmio e iniciou a carreira graças à compra de uma garrafa de detergente.

Tudo começou em 2006, quando tinha apenas 11 anos. Sua mãe comprou um detergente de lavar louças, que tinha um cupom de concurso para uma criança conhecer o Brasil. Ela enviou em nome do filho, que, assim como outros 180 africanos, passou por uma seleção. Apenas 12 sobraram e tiveram a chance de vir para o País do Futebol.

Dentre outros passeios, tiveram a chance de fazer testes no São Paulo. Só Ty foi aprovado e, em 2012, chegou como jogador da base. Sem alojamento em Cotia, local onde o time tricolor treina, ele ficava hospedado na casa de um casal de brasileiros, como numa espécie de intercâmbio.

O garoto ficou no time paulista por dois anos. "Pessoal gostou de mim e fiquei no clube até agosto de 2014, quando fui para o Grêmio. Antes, passei 15 dias treinando no PSV, da Holanda, mas não deu certo lá", contou o garoto de 21 anos, que faz parte do time B gaúcho.

Embora ainda não tenha atuado pelo time principal, o técnico Roger Machado pediu a sua renovação de contrato e avisou que pretende lhe dar oportunidades em breve.

A família de Ty ficou na África e ele só quer voltar para o país a passeio. Seu irmão, de 17 anos, também é jogador e defende um clube da África do Sul. "Nem pensei em trazê-lo para o Brasil, porque minha mãe iria morrer de tristeza. Já não basta um filho longe, né?", brincou o garoto, que fala português fluentemente.

DICAS - Fã do Arsenal e de Ronaldinho Gaúcho, ele quer fazer uma boa Olimpíada para voltar com moral e passar a ter mais chances no time gaúcho.

Como esperado, Ty pretende passar dicas sobre como jogam os brasileiros desconhecidos dos sul-africanos, já que ele está por dentro da equipe do técnico Rogério Micale. Ele também fala como atua o time africano.

"Temos um grupo talentoso, de muito toque de bola, que não é de força, como outras seleções africanas, mas de técnica", contou, sem prometer medalhas. "Temos que tentar ir o mais longe possível. Não sei se dá medalha, mas vamos lutar."

Sobre a seleção brasileira, destacou Neymar, Rafinha e Felipe Anderson como os principais jogadores. E Ty não foi convocado apenas por atuar no Brasil. Em 2015, ele fez parte da seleção que disputou a Copa Africana de Nações Sub-20 e, embora a África tenha sido eliminada na Primeira Fase, ele foi eleito para a seleção do campeonato, com três gols marcados.

Para o jogo contra o Brasil, o coração estará dividido. Ty contou que sonhou jogar na seleção brasileira, mas aceitou o convite de defender sua terra natal e terá uma situação curiosa, como por exemplo, ter de enfrentar seu companheiro de clube, o atacante Luan.




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