"Além dos treinos, a gente conversa bastante. É uma forma de passar nossa experiência", diz Rafael Silva, o Baby, que busca subir ao pódio novamente depois da primeira medalha dos pesos pesados para o judô brasileiro com o bronze em Londres-2012.
Não se trata apenas de uma "passagem de bastão" dos mais velhos aos mais jovens - Tiago Camilo, dono de duas medalhas (prata em Sydney-2000 e bronze em Pequim-2008), vai encerrar a carreira no Mundial de Budapeste, no ano que vem. O que conta principalmente é compartilhar a experiência olímpica. Kitadai, por exemplo, tem apenas 26 anos, mas já ganhou bronze em Londres. Contar o que viveu nos Jogos é fundamental, dizem os judocas. "A Olimpíada é um torneio particular. Ainda mais no Brasil. Tentamos ajudar principalmente no lado psicológico", diz Camilo.
Aos 34 anos, o judoca pode se tornar o primeiro a conquistar três pódios olímpicos em categorias diferentes. Ele foi prata em Sydney-2000 na categoria leve; em seguida, levou o bronze em Pequim-2008 nos meio-médios. No Rio-2016, vai lutar na categoria médio.
"Isso é o ciclo do esporte e da vida. Se hoje estou fazendo papel de exemplo, os judocas da nova geração vão fazer a mesma coisa no futuro", diz Camilo, que vai disputar sua quarta Olimpíada.
Chibana, um dos judocas mais técnicos da nova geração e com boas chances de medalha, afirma que uma geração sempre ajuda na formação da próxima. "Isso vem desde o Aurélio (Miguel, ouro em Seul-1988 e bronze em Atlanta-1996) e estamos colhendo os frutos".
O judô é a segunda modalidade brasileira mais premiada na história dos Jogos com 19 medalhas - o vôlei é o campeão com 20. Rafael Silva afirma que a principal maneira de o judô continuar no topo é continuar transformando os campeões em treinadores.
Ele cita o exemplo de Rogério Sampaio, ouro em Barcelona-1992 e técnico do medalhista Leandro Guilheiro antes de assumir o comando da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem.
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