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Fundação terá pagamento controlado
Matheus Adami
Do Diário do Grande ABC
27/02/2010 | 08:44
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Andréa Iseki/DGABC


A Prefeitura de Mauá e a FUABC (Fundação do ABC) assinaram ontem o contrato de transferência de gestão do Hospital Municipal Doutor Radamés Nardini. O compromisso terá a duração inicial de um ano, podendo ser renovado por outros cinco.

Um detalhe importante do acordo é em relação ao repasse da verba do Paço para a entidade intermunicipal. O valor acertado, de R$ 4,03 milhões, só será totalmente entregue à Fundação caso ela cumpra um plano de metas definido entre as duas partes.

"Caso não sejam alcançadas, só 90% será pago. Dez por cento do valor está condicionado à produção e à qualidade", disse o vice-prefeito e secretário de Saúde de Mauá, Paulo Eugenio Pereira Júnior (PT). De acordo com ele, as metas em que a Fundação do ABC será avaliada são quesitos como taxa de ocupação de leitos, taxa de infecção hospitalar, morbidade, entre outros.

Além dessa quantia, a FUABC receberá R$ 200 mil mensais para despesas de investimentos, como pequenas reformas e reparos emergenciais.

Na segunda-feira, a FUABC passa a responder inteiramente pelo hospital. Em um primeiro momento, será feito diagnóstico da situação em que o Nardini se encontra.

Esse trabalho de transição terá como objetivo analisar o quadro funcional e os contratos de serviços terceirizados em vigência - trabalhos de lavanderia, alimentação, higiene. "Vai ser feita uma avaliação. A ideia é aproveitar a maior parte dos funcionários", declarou o presidente da FUABC, Wagner Boratto.Atualmente, o Nardini conta com aproximadamente 1.200 servidores, sendo 1.000 da Prefeitura. O restante atua como terceirizado.

E o começo dos trabalhos será pela recepção, literalmente. "Você entra no hospital como se fosse um cliente e vai passando por todos os setores", pontuou o presidente Boratto.

Transferência - Em vista dos problemas que a Prefeitura tinha para administrar o aparelho de Saúde, considerado o calcanhar de aquiles da administração municipal, a ‘terceirização' do Nardini foi aprovada em junho pela Câmara. O chamamento público para empresas interessadas no serviço, entretanto, só ocorreu neste mês.

Especulou-se que, além da FUABC, a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), administradora do Hospital Estadual do Serraria, em Diadema, e órgão ligado à Universidade Federal do Estado de São Paulo e o Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) fossem concorrer pela gerência do Nardini, o que acabou não ocorrendo. Sozinha no páreo, a Fundação venceu o certame e confirmou a preferência do Executivo, pelo fato de estar localizada no Grande ABC e já ter experiência na área.

"Não estamos transferindo por causa da crise. A FUABC vai encontrar um hospital melhor do que o que nós encontramos em 2009", disse Paulo Eugenio.

 

 

 

Organização Social de Saúde tem mais de 40 anos de história

 

Fundada em 1967 em conjunto pelas prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano, a FUABC (Fundação do ABC) começa na segunda-feira a trabalhar no Hospital Municipal Doutor Radamés Nardini, em Mauá. O aparelho de Saúde será o primeiro da entidade em Mauá e o 11º no Grande ABC.

Além do Nardini, estão sob a administração do órgão o Hospital Estadual Mário Covas e o Hospital da Mulher (em Santo André), o Hospital de Ensino Anchieta, o Hospital Municipal Universitário e o Pronto-Socorro Central (em São Bernardo), o Complexo Hospitalar de São Caetano (que inclui o Hospital de Emergências Albert Sabin e os hospitais Maria e Márcia Braido).

Completando a lista, a FUABC também supervisiona na região a Central de Convênios e a FMABC (Faculdade de Medicina do ABC). Também estão sob a chancela da Fundação o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e o Hospital Irmã Dulce, na Praia Grande, e, ainda na área da Baixada Santista, o Hospital Bertioga.

O atual presidente da entidade é o médico ortopedista Wagner Octávio Boratto. Indicado pela administração do prefeito de Santo André Aidan Ravin (PTB), ele substituiu no começo do ano Marco Antônio Espósito, que era indicado por São Caetano.

Boratto fica no comando da FUABC até o fim de 2011, quando deverá deixar o cargo para dar lugar a indicado pela Prefeitura de São Bernardo.

Para funcionar, hoje, a Organização Social de Saúde emprega 6.000 funcionários em suas 14 unidades. O orçamento para 2010 está estimado em R$ 640 milhões, um valor 13% superior ao do ano passado. A quantia pode chegar a R$ 840 milhões, se o planejamento em andamento for viabilizado.

 

‘UPAs vão desafogar hospital', garante secretário

 

A fim de otimizar os trabalhos do Hospital Municipal Doutor Radamés Nardini, a Prefeitura de Mauá já mira nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) a nova prioridade da Saúde no município.

Na quinta-feira, foi lançado o edital para a construção de uma unidade na Vila Assis Brasil, a primeira das quatro que serão erguidas na cidade. De acordo com a administração, na próxima semana devem ser publicados os editais para o certame licitatório para as obras das outras três unidades, que devem ser feitas no Jardim Zaíra, na Vila Magini e Jardim Maringá).

Na avaliação do Paço, as UPAs vão diminuir o número de casos encaminhados para o Nardini. "Hoje, o Nardini é como um grande pronto-socorro, é mais dedicado à urgência e emergência. Com as UPAs, o Nardini vai funcionar como um hospital. Casos como dor de cabeça, febre, entre outros mais simples, serão encaminhados às unidades", explicou o vice-prefeito e secretário de Saúde, Paulo Eugenio Pereira Júnior. "As quatro UPAs vão permitir tranquilidade", completou o secretário.

Com prazo de seis meses para as obras, a estimativa é de que os quatro aparelhos só estejam disponíveis em setembro.

Antes disso, entretanto, o governo municipal pretende inaugurar a unidade do AME (Ambulatório Médico de Especialidades), no Centro, no fim de março. "O secretário de Obras prevê entregar o prédio no fim de março. O Estado enviou um técnico nesta semana para olhar o andamento das obras para começar a compra de equipamentos e a contratação de pessoal", disse o secretário.

Câmara - O Legislativo abriu ontem o envelope com a proposta da NotreDame Seguradora para o serviço de convênio médico dos servidores da Casa. "Agora vamos decidir se vamos ou não contratar", explicou o chefe do Departamento Jurídico da Câmara, Elvécio Firmino Batista.




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