Economia Titulo Mercado de trabalho
Taxa de desemprego atinge 17,1% no Grande ABC

É o percentual mais alto para maio desde
2006; região tem 243 mil pessoas desocupadas

Fábio Munhoz
Paula Oliveira
30/06/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A taxa de desemprego no Grande ABC chegou a 17,1% em maio, revela a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), feita pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e que foi divulgada ontem. É o percentual mais elevado para o mês desde 2006, quando ficou em 16,1%.

O indicador, que mostra a proporção de desocupados em relação à PEA (População Economicamente Ativa), registrou elevação de 0,5 p.p. (ponto percentual) ante abril, quando estava em 16.6%. Na comparação com maio de 2015, o crescimento foi de 4,4 p.p. (era 12,7%).

O total de pessoas ocupadas cresceu 9.000 em um mês, passando de 1,171 milhão para 1,180 milhão (aumento de 0,8%). Em 12 meses, entretanto, a região possuía 1,238 milhão de trabalhadores empregados. Houve, portanto, redução de 4,7% nesse contingente.

Já o número de desempregados cresceu 4,3% de abril para maio, o que corresponde a 9.000 demitidos. O Grande ABC fechou o mês com 243 mil desocupados. É como se praticamente todos os eleitores de São Caetano, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra perdessem o emprego. Em maio do ano passado, eram 180 mil indivíduos nessa situação. O aumento, portanto, foi de 35%, o equivalente a 63 mil pessoas a mais.

A pesquisadora do Seade Márcia Halben Guerra afirma que, considerando o desempenho do mercado de trabalho no Grande ABC nos últimos dois meses, é possível traçar leve tendência de melhora no cenário. Entretanto, assegura que ainda é cedo para falar de retomada nos níveis de emprego. “É muito arriscado falar qualquer coisa. A economia e a política estão muito instáveis e a gente não sabe o que vai acontecer nos próximos meses. Os empresários estão receosos e, neste momento, tendem a não aumentar os estoques de mão de obra”, comenta.

Diferentemente do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), elaborado pelo Ministério do Trabalho, que leva em consideração somente o emprego formal (com carteira assinada), a PED também engloba trabalhadores informais, servidores públicos e autônomos.

SALÁRIOS

O rendimento médio real dos trabalhadores da região teve alta de 0,7% de março para abril (esse indicador possui defasagem de dois meses), passando de R$ 2.009 para R$ 2.024. Na comparação com abril de 2015, porém, quando os ganhos individuais eram de R$ 2.363, foi registrada retração de 14,3%.

Já a massa salarial nas sete cidades, que é a soma de todo o rendimento dos trabalhadores, teve redução de 19% ante abril do ano passado. Os valores absolutos não são informados. A pesquisadora explica que, além da queda no número de pessoas ocupadas, outro fator que provoca essa redução é a troca de funcionários com salários mais altos por outros que ganham menos. De março para abril, a massa salarial do Grande ABC registrou alta de 2,87%.

Indústria elimina 46 mil postos de trabalho em 12 meses

No período de 12 meses encerrado em maio deste ano, a indústria eliminou 46 mil postos de trabalho no Grande ABC. Apenas no segmento metalmecânico, o principal da região em termos de quantidade de empregados, foram 28 mil cortes no período.

De abril para maio, entretanto, a indústria geral contratou 9.000 pessoas nas sete cidades, chegando ao estoque de 262 mil trabalhadores.

O setor de serviços, que é onde se concentra a maioria dos empregos na região, registrou alta de 1.300 ocupados na comparação com maio de 2015. Em um mês, foram abertas 1.800 vagas. Com isso, o número de pessoas ocupadas nesse segmento chegou a 637 mil.

No comércio, o estoque de de mão de obra atingiu 209 mil trabalhadores, 1,5% a mais do que em maio do ano passado. Porém, na comparação com abril, houve redução de 2,3% no número de pessoas contratadas no setor, o que equivale a 5.000 pessoas a menos.

Mesmo com a queda de um mês para o outro, o nível de emprego no comércio do Grande ABC é o maior para maio desde 2014.

GRANDE SÃO PAULO

Na Região Metropolitana, de São Paulo, a taxa de desemprego chegou a 17,6% em maio, segundo a pesquisa elaborada pela Fundação Seade e pelo Dieese. Na Capital, o percentual atingiu 16,8%. Em maio do ano passado, as taxas eram de 12,9% e 12,5%, respectivamente. 




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