O líder do governo na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana (PT-RS), disse nesta segunda-feira que a proposta que determina o ingresso da Venezuela no Mercosul (Mercado Comum do Sul) deve ser votada na Casa apenas em 2008. Já aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a proposta precisa ser aprovada em plenário para ser enviada ao Senado Federal.

O governo não quer que a questão venezuelana prejudique a votação de outros projetos de interesse do Executivo, como a reforma política e uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que reorganiza a composição e o orçamento das Câmaras Municipais em todo o país.

Boa parte da oposição é contra a entrada da Venezuela no Mercosul, pois considera que o país sul-americano, comandado pelo presidente Hugo Chávez, não vive um regime democrático, algo exigido para que qualquer nação integre o bloco econômico.

Por isso, para não causar ainda mais tensão no Congresso Nacional, neste momento os governistas preferem adiar a discussão.

Na mesma linha, o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que será quase impossível discutir este caso antes do término do período legislativo de 2007, que termina em 22 de dezembro, quando começa o recesso de Natal e Ano Novo.

Venezuela no Mercosul – O ingresso na Venezuela no Mercosul já foi aprovada pelos Parlamentos da Argentina e do Uruguai, sendo que neste momento só depende do Brasil e do Paraguai para ser definitivamente efetivada.

Em vários encontros com Hugo Chávez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já disse que está questão está perto de ser resolvida. O líder venezuelano, por sua vez, exige mais rapidez do Congresso brasileiro. Devido a este assunto, ele já chegou até a discutir com os parlamentares brasileiros, os chamando, no início deste ano, de "papagaios" dos Estados Unidos.