Há quase 300 quilômetros de distância de Porto Seguro, longe dos protestos dos índios e do MST, o presidente Fernando Henrique e Dona Ruth passaram a sexta-feira descansando no hotel Transamérica, o maior resort da América Latina, com uma área de 8 mil metros quadrados ornamentada por 25 mil coqueiros. "Para ser a ilha da fantasia só falta o Mr Tattoo", brincou Andreas Pullmann, gerente do resort.

O presidente e a primeira dama chegaram na quinta-feira à noite e foram recebidos com colares de feijao, ao som de uma banda de axé music. Dona Ruth tomou água de coco e recebeu flores, e só nao gostou de ver os jornalistas. "Mas isso nao é possível", exclamou ela. O Boeing presidencial pousou no aeroporto privativo do hotel e o presidente andou no trenzinho junto com os hóspedes.

O presidente Fernando Henrique e Dona Ruth ocuparam um luxuoso bangalô master, com diária de R$ 1.300, composto por uma suíte, dois quartos e uma sala. A comitiva presidencial era de 25 autoridades, além dos seguranças e assessores de apoio, todos hospedados ao custo entre R$ 280 a R$ 360.

A segurança era ostensiva e incomodou alguns hóspedes do hotel. Em frente do bangalô presidencial permaneceram seguranças de walk-talkie rondando o gramado, além de homens fardados cercando todos os locais onde Fernando Henrique passava. Os trenzinhos internos que realizam a circulaçao da ilha tinham que parar e até mudar de percurso todas as vezes que o presidente e a comitiva passavam. Alguns locais visitados pelo presidente foram reservados apenas para a comitiva.

O primeiro evento foi o jantar de quinta-feira no Bar da Praia, especializado em frutos do mar, com o presidente da Câmara, Michel Temer e o líder do PMDB na Câmara, deputado Geddel Vieira Lima (BA), além dos deputados baianos Leur Lomanto (PFL) e Roland Lavigne (PMDB), e ministros de Estado. O local foi totalmente isolado para que a comitiva pudesse ficar mais à vontade.

O jantar com o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhaes e a comitiva do presidente de Portugal, Jorge Sampaio fechou o restaurante do Canal. Foi servida comida baiana, como a moqueca, carurú, vatapá e carne de sol com mandioca.

O presidente e Dona Ruth passearam por duas horas na lancha Royal Charlllott, ladeados por um pequeno barco da Marinha. A praia da Náutica ficou isolada até a lancha deixar o pier. Fernando Henrique e Dona Ruth realizaram o famoso passeio da lama negra, um tour pelos canais de Comandatuba. A lama é medicinal e o presidente ainda visitou a casa de Dona Gringa, a moradora mais antiga da ilha, e passou pelo manguezal invadido pelo hotel.