A CTR (Central de Trabalho e Renda) de São Bernardo está fechada há duas semanas por falta de repasse do governo federal e efetivação do pagamento por parte da Prefeitura. Apesar de um aviso de “sem sistema” estar pendurado na fachada do prédio do equipamento, funcionários ouvidos pelo Diário relataram que cruzaram os braços por atraso de pagamento dos salários. Eles pretendem se reunir nesta semana para decidir os próximos passos. O governo de Luiz Marinho (PT) promete que amanhã a situação será normalizada.

Segundo um dos colaboradores – que contou o caso na condição de anonimato –, era possível verificar alguns postos de trabalho disponíveis, mas só se o desempregado já tivesse cadastro. Questionado sobre o motivo de o local estar fechado, inicialmente ele alegou “problemas internos”, porém depois explicou que o pagamento não havia sido efetuado. “É problema de repasse de verba do governo federal, que não mandou verba para eles (CTR). Não chega a ser uma greve, mas não se pode trabalhar sem salário. Tudo depende do governo federal”, disse. “Se eles (União) direcionarem a verba, vai acontecer o mesmo que aconteceu com a Dilma (Rousseff, PT), vai ser pedalada fiscal”, afirmou.

A Prefeitura de São Bernardo confirmou a informação passada pelo funcionário. “O pleno funcionamento na Central de Trabalho e Renda foi afetado pelo atraso do repasse de verba por parte do Ministério do Trabalho, o que comprometeu o pagamento da empresa terceirizada responsável pelos serviços. Mas esse repasse já está sendo regularizado e a Central voltará a atender normalmente nos próximos dias. Ressaltamos, no entanto, que as atividades de contratações, de encaminhamento de pessoas com deficiências e de atendimento a seguro-desemprego foram feitas normalmente de forma agendada”, informou o Paço, por nota. Segundo a administração, o repasse da União foi regularizado na sexta-feira e a unidade voltará a funcionar normalmente amanhã.

O Ministério do Trabalho alegou não ter sido informado oficialmente sobre a situação. “O convênio firmado com os municípios estabelece série de normas para o repasse de recursos, como aprovação da prestação de contas e apresentação de plano de trabalho atualizado. No caso do convênio com o município de São Bernardo, o Ministério do Trabalho solicitou documentação complementar da última prestação de contas, que está em fase de avaliação pelos fiscais responsáveis.”

Nos últimos 12 meses, 17.871 pessoas perderam o emprego formal na cidade, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Só em maio, 877 ficaram desempregadas, de acordo com o levantamento.

Problemas financeiros também afetaram centrais de trabalho e renda em Santo André – que municipalizou o sistema – e em Diadema.