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Alckmin se destaca em debate
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
13/08/2010 | 08:31
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O candidato do PSDB ao governo do Estado, Geraldo Alckmin, se destacou no primeiro debate com os governáveis, promovido ontem pela Rede Bandeirantes. Seguro e sereno, suportou os ataques e contra-atacou, sugerindo ligação entre Celso Russomanno (PP) e Aloizio Mercadante (PT). "O telespectador vê aqui aliança entre o PT e o malufismo. Até as gravatas (vermelhas) são iguais."

O comentário gerou piada do jornalista Joelmir Beting. "A minha é neutra", informou, mostrando gravata amarela. "Estou sem", lembrou Paulo Bufalo (Psol).

Gravatas à parte, Mercadante atacou os 16 anos de governo do PSDB em São Paulo. "Aqueles que não equacionaram o problema da Educação espero que percam as eleições." Alckmin rebateu apresentando dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento de Educação Básica), que mostram o Estado em segundo lugar no ensino de 1ª à 4ª séries, em primeiro da 5ª à 8ª e em terceiro no ensino médio.

A regra do debate salvou Alckmin de ser bombardeado no segundo bloco - permitia o encaminhamento de até duas perguntas a cada candidato. Paulo Skaf (PSB) e Mercadante pressionaram o tucano. O petista informou que São Paulo ocupa o 13º lugar na lista dos Estados que pagam os maiores salários ao professor. "Quando fui governador dei 40% de reajuste aos professores e não tive um dia sequer de greve", argumentou o candidato da situação.

Na réplica, Mercadante apontou o governo do PSDB como o responsável por privatizar a Educação. Na tréplica, Alckmin contra-atacou. "O senador é muito bom para fazer crítica, mas não conheço nada de bom que tenha feito por São Paulo."

Ex-secretário de Meio Ambiente de Mário Covas, Fábio Feldmann (PV) foi o único complacente com o tucano.

Crítica à conversa truncada imperou nos bastidores
As regras truncadas do debate entre os candidatos a governador de São Paulo, com possibilidade de apenas duas perguntas para cada um, em cada bloco, foram o principal assunto nos bastidores da atividade. Políticos renomados, experientes nesse tipo de evento, e os próprios postulantes reclamaram do engessamento, criado pelas assessorias das campanhas.

"Antes tinha mais liberdade de debater. Eram bons tempos, tenho boas recordações. Mas o importante é discutir ideias, sem insultos ou dossiês", disse Paulo Maluf (PP), que nas décadas de 1980 e 1990 protagonizou debates memoráveis com Mário Covas, Leonel Brizola e Ulysses Guimarães.

"Esperava uma discussão mais ativa, mas as assessorias criaram empecilhos para amarrar", reclamou o candidato Celso Russomanno (PP). "Nesse negócio de ser agressivo, perde o voto", opinou Orestes Quércia (PMDB), que busca vaga no Senado. O postulante do PT ao Palácio dos Bandeirantes, Aloizio Mercadante, frisou estar "preparado para o enfretamento"de propostas e comemorou o fato de conversar "olho no lho" com os concorrentes.

"Qualquer debate tem de ser feito com respeito, independente do formato", discorreu o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), um dos poucos políticos do Grande ABC que esteve nos estúdios da Rede Bandeirantes, no Morumbi. (Beto Silva)

Russomanno ofusca petista e polemiza com Alckmin
Depois não digam que não avisei: Celso Russomanno pode ser a grande surpresa e ir para o segundo turno com Geraldo Alckmin. No debate de ontem, ele falou a linguagem do povo, experiência adquirida quando atuou como apresentador de TV, e foi o único que conseguiu desconcertar Geraldo Alckmin, o líder das pesquisas de intenção de voto. Quem ficou acordado esperando o embate entre tucano e petista, decepcionou-se. O senador do PT, tão acostumado a citar números e cifras, perdeu-se ao fugir dessa sua principal característica, demonstrando que está desconfortável com a candidatura. (Lola Nicolas)

Gravatas roubam a cena no sonolento jogo de compadres
Em confronto com seis postulantes ao governo, quem se destacou no sonolento debate foi a gravata. A indumentária - que só não foi usada pelo pleiteante do Psol, Paulo Búfalo - ganhou destaque até no Twitter. Mas foi Geraldo Alckmin (PSDB) quem trouxe o assunto para o evento, que vinha em banho-maria. O tucano - de gravata rosa, parecida com a de Fábio Feldman (PV) - insinuou jogo casado entre Aloizio Mercadante (PT) e o "representante do malufismo" Celso Russomanno (PP), que estavam com a vermelha, assim como Paulo Skaf (PSB). Muito pouco para quem ficou acordado até meia noite. Propostas? É melhor deixar para lá... (Sérgio Vieira)




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