Economia Titulo Balanço
Financiamento de carros cresce 7,9% em 2011
Gilmara Santos
Do Diário do Grande ABC
15/02/2012 | 07:23
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Denis Maciel/DGABC


 

O crédito liberado para financiamento de veículos atingiu R$ 200,6 bilhões no ano passado, crescimento de 7,9% em relação ao ano anterior. O desempenho, apesar de positivo, é considerado tímido em relação a 2010, quando o saldo registrou expansão de 19,9%. Os dados foram divulgados ontem pela Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras). O resultado já era esperado pelo setor, por conta das medidas restritivas ao crédito adotadas pelo governo federal no início do ano passado.

“As medidas macroprudenciais adotadas pelo governo (aumento da taxa de juros e redução no número de parcelas com o intuito de diminuir a inflação) afetaram significativamente os financiamentos de veículos”, diz o presidente da Anef, Décio Carbonari de Almeida, também CEO do Banco Volkswagen.

“Não dá para se queixar (do resultado), mas não é para celebrar”, enfatiza Carbonari. O executivo tem razão. Para se ter ideia, entre 2005 a 2010, os créditos liberados para a aquisição de carros atingiram expansão média de 25,8% ao ano. Mas a expectativa é que haja recuperação neste ano.

Ele comenta que ainda não dá para avaliar o impacto das medidas adotadas em novembro para impulsionar o crédito. “É cedo para afirmar que teremos mudança no cenário nos primeiros meses do ano. Nossas projeções para 2012 se mantêm no patamar de crescimento entre 8% e 10%”, projeta Carbonari.

MODALIDADES - Entre as modalidades de financiamento para compra de carros, o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) foi a preferida dos compradores. Cerca de 50% dos veículos leves e comerciais leves adquiridos no ano passado foram desta forma, avanço de 23,2% em relação ao ano anterior. Na sequência aparecem as vendas à vista, que representaram 38% do total; o consórcio vem em seguida, com 7%; e o leasing aparece como a última opção, com 7% das escolhas.

Na aquisição de veículos comerciais (ônibus e caminhões), o Finame lidera a preferência dos compradores, com 70%; seguido pelo CDC, com 13%; vendas à vista, 12%; leasing, com 3%; e o consórcio está na lanterninha, com somente 2% da preferência.

Para comprar motos, 52% dependem de financiamento; consórcio fica com 27%; vendas à vista têm 21% do total e o leasing, 1%.

Inadimplência em parcelamento de veículos é recorde

A inadimplência foi o destaque negativo no financiamento de veículos no ano passado, conforme dados da Anef. “A disparada da inadimplência foi um susto, porque é superior ao momento da crise”, diz o presidente da entidade, Décio Carbonari de Almeida. O resultado é pior da série histórica, iniciada em 2004.

A preocupação do representante do setor faz sentido. Em 2009, ano que apresentou os reflexos da crise financeira do fim de 2008, o atraso nas prestações chegou a 4,4%. Em 2010, caiu para 2,5% e no ano passado, dobrou, ao atingir 5%. Apesar do desemprego estar em queda e a atividade econômica em alta, a falta de pagamento das parcelas está subindo. “Isso mostra que a inflação está corroendo a renda do trabalhador, que não está conseguindo honrar seus compromissos”, destaca o executivo.

O parcelamento de motos segue na liderança o ranking de inadimplência, com taxa de 11%. No caso de automóveis usados, a falta de pagamento fica entre 7% e 8%. E nos veículos zero-quilômetro o percentual é de 2,5%, em média. “Mesmo para o carro novo, a taxa é muito alta, já que média histórica era de 1% a 1,5%”, diz Carbonari, ao lembrar que esse aumento começou há cerca de um ano.

Nos contratos firmados em 2011, o prazo médio de financiamento foi de 41 meses. No ano anterior, era de 44 meses.

 




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