Política Titulo Editorial
Pesquisa ameaçada
Do Diário do Grande ABC
21/06/2016 | 08:49
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Aline Pietri/DGABC


É alarmante a informação de que a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que tem campus em Diadema, corre o risco de ficar sem dinheiro para arcar com suas responsabilidades daqui a dois meses, a partir de agosto. O alerta foi feito pela reitora da instituição, Soraya Smaili, e está baseado no contingenciamento de 20% do orçamento do estabelecimento de ensino determinado pelo MEC (Ministério da Educação). Se a verba não for destravada, diz a dirigente, é possível que não haja como pagar os fornecedores.

Muito difícil acreditar no futuro do País quando há escassez de dinheiro até para custear atividade tão importante quanto a Educação. No caso das universidades, a situação pode ser ainda pior porque o deficit impacta seriamente no andamentos de pesquisas. E não existe nada mais drástico para a ciência do que interromper estudos que podem, em pouco tempo, apresentar soluções de há muito procuradas. E a Unifesp em Diadema, necessário lembrar, percrustra a área da Saúde.

Toda a população brasileira sabe que o Brasil atravessa crise econômica extremamente grave, fruto dos desacertos do governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Mas o presidente interno, Michel Temer (PMDB), precisa buscar saída para a situação de penúria em que se encontram as instituições de ensino superior, da qual a UFRJ, do Rio de Janeiro, que fechou 2015 com deficit de R$ 125 milhões, é o retrato acabado.

Existem muitos modelos de fomento à pesquisa científica no mundo todo que prescindem do poder público. Nos Estados Unidos, por exemplo, a iniciativa privada arca com a maior parte do financiamento. O Brasil pode seguir os passos norte-americanos ou então optar por modelo que julgue mais adequado, mas enquanto decide o que fazer no futuro, não pode tratar com tamanho descaso o trabalho de tanta gente dedicada a buscar respostas para as dúvidas do momento. Contingenciar, rever gastos e economizar são todos termos compatíveis com o atual momento por que passa a Nação, mas Educação deveria ser o último segmento a ser afetado. 




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