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Cresce gasto com lixo na região
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
10/08/2010 | 08:29
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Em pouco mais de um ano, o Grande ABC aumentou em R$ 200 mil os gastos mensais com a coleta, o transporte e o aterramento do lixo.

Em janeiro de 2009, as prefeituras gastavam cerca de R$ 5,1 milhões com o serviço. Hoje, são R$ 5,3 milhões a cada 30 dias.

A média de 2009 indica que os recursos empregados em todo o ano foram de R$ 61,2 milhões. Em 2010, esse mesmo gasto deverá alcançar os R$ 64,1 milhões.

Entre outros motivos, o aumento da quantidade de lixo produzida e reajustes contratuais com as empresas que prestam o serviço explicam a alta.

O montante de resíduos sólidos gerado todos os dias pela população da região também teve ligeira alta na comparação de janeiro de 2009 com agosto de 2010.

Atualmente, juntos, os 2,6 milhões de habitantes do Grande ABC produzem 2.100 toneladas de lixo por dia - 100 toneladas a mais que há cerca de 18 meses.

São Bernardo registrou redução nos gastos e aumento da coleta. A diferença no preço do serviço foi justificada pelo crescimento da reciclagem, que levou menos resíduos para o aterro. O local para receber todo o lixo da região é só o que não mudou. As cidades permanecem utilizando aterro sanitário particular em Mauá - o Lara.

Única cidade que mantém aterro público, Santo André está impedida desde maio de depositar seu lixo no equipamento, que está interditado pelo governo do Estado.

Brasil - Reduzir os custos com o aterramento do lixo por meio da ampliação da reciclagem é umas premissas da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, que tramitou por duas décadas.

A lei, que deverá ser regulamentada em 90 dias, é tida como um marco na adoção de alternativas para melhorar a gestão do lixo no País.

A norma divide entre o Poder Público, a iniciativa privada e a sociedade a responsabilidade de alcançar a destinação correta do lixo.

Entre as determinações, o código obriga a substituição de lixões por aterros e proíbe importação de resíduos. Empresas e distribuidores precisam agora recolher o produto após sua utilização pelo consumidor.

Especialista em Direito Ambiental, a advogada Suely de Camargo entende a lei como um importante ponto de partida, mas acredita que a ausência do estabelecimento de metas pode prejudicar.

Atual prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV) trabalhou em uma das comissões para criação da lei quando era deputado federal, há mais de oito anos. "É difícil conciliar os interesses do Poder Público, da iniciativa privada e da sociedade, mas acredito que o tempo foi necessário para o próprio amadurecimento da população", afirmou.

Falta investimento e boas iniciativas ainda são isoladas
As boas iniciativas para resolver o problema da destinação do lixo domiciliar no Brasil são isoladas e não recebem investimentos suficientes.

A falta de comprometimento da população em reduzir o consumo e a participação pouco ativa da indústria em oferecer solução para o manejo correto dos produtos que fabrica são pontos que precisam ser melhorados.

A conclusão é de um estudo divulgado em julho pela Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo) e parceria com a ABLP (Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana).

Com o objetivo de verificar como a gestão do lixo é realizada, a pesquisa avaliou políticas e serviços de 14 capitais - seis brasileiras e oito estrangeiras.

Aumentar a reciclagem - hoje a coleta seletiva só atinge 7% dos municípios - é uma das maiores tarefas do País, que pode aprender com iniciativas estrangeiras.

Em Londres, incentivos financeiros para reciclagem e reuso dos produtos têm tornado o serviço mais atraente, já que oferece créditos para os que participam.

Tóquio ampliou investimentos em tecnologia para triagem dos resíduos. Com isso, o processo de descarte final está mais eficiente.

Em 70% das instalações de incineração da capital japonesa, a energia que mantém o equipamento em funcionamento é gerada pela própria queima do lixo.




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