O plano de intervenção da executiva nacional no diretório de São Bernardo do PSB pode culminar na saída forçada do vereador Ary de Oliveira do partido. Segundo o secretário-geral da legenda, Wilson Pedro, a intenção é determinar que os socialistas sigam o posicionamento nas esferas nacional e estadual, que é de caminhar ao lado do PT.

"Eu não preciso ser candidato na próxima eleição. Ainda não há pressão sobre mim", disse Ary, sobre a possibilidade de digerir ordens superiores. O vereador se mostra irredutível a aderir ao governo petista de Luiz Marinho. "Fomos eleitos pela coligação oposta, estou prezando pela coerência." Ary pensa em entrar na Justiça para garantir mudança de partido alegando pressão interna.

O mandato do presidente municipal Luis Carlos Heredia vence no dia 30. Por conta do racha socialista - Antonio Cabrera, Ary, Sérgio Demarchi são oposição e Ivanildo Santana, Vandir Mognon são situação - a direção nacional do partido deve criar uma comissão provisória na cidade até junho, quando as eleições internas devem ocorrer. Além disso, os oposicionistas não apoiaram as candidaturas de Ivanildo e Vandir a deputado federal e estadual, respectivamente. "Cabrera, Ivanildo ou Vandir podem ser o próximo presidente", informou Wilson.

"Vou conversar com o Cabrera, para tentar alinhar o discurso aos outros", emendou Wilson. A tese ventilada na Câmara é de que Cabrera seria seduzido com o comando da legenda na cidade para aderir ao governo. Durante a sessão de ontem, cada parlamentar tinha uma informação. Cabrera e Ary desconheciam a possibilidade de intervenção e entendiam que o mandato de Heredia se estenderia até junho.

Cabrera, inclusive, levantou a discussão sobre a inadimplência de dois integrantes do partido com a contribuição partidária. "Nós estamos rigorosamente em dia, apenas dois estão inadimplentes", afirmou. Imediatamente Ivanildo retrucou: "Estamos contribuindo com a executiva estadual. Quem nos apoiou nas eleições?"

A ideia vai de encontro com a informação de que Marinho estaria articulando o retorno de Edinho Montemor (PPS) ao partido como um apaziguador. A ação de Marinho seria um reforço ao distanciamento da família Manente - Otávio vereador e Alex deputado estadual. Todos os socialistas afirmaram desconhecer a subida de Montemor ao comando do PSB.