No comando da Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) ignorou o Grande ABC. Das oito visitas que fez à região desde 1º de janeiro de 2011 – todas as vezes em São Bernardo, diga-se –, metade foi em atos oficiais e as outras quatro foram para visitar o padrinho político Lula (PT) ou para fazer campanha. Quando esteve em agenda institucional, prometeu e não cumpriu.

Quase todas as obras com aporte federal estão paradas porque os repasses dos recursos foram paralisados. Seu desempenho eleitoral na região caiu de 2010 – quando foi eleita com 796.993 votos das sete cidades no segundo turno contra José Serra (PSDB) – para 2014 – quando foi reeleita e obteve 642.327 sufrágios locais na etapa final do pleito diante de Aécio Neves (PSDB).

Soma-se à questionável gestão da petista as medidas econômicas e políticas que resultaram em aumento da inflação, alta dos juros, maior desemprego, queda na arrecadação e enfraquecimento da indústria, o que afeta mais profundamente o Grande ABC.

Já não bastassem todas essas situações negativas, acrescente-se, agora, mais uma: a chefe da Nação afastada ignorou as emendas parlamentares indicadas pelos deputados federais à região, como mostra hoje levantamento feito pelo Diário. Foram sugeridos 98 investimentos desde 2013, quando iniciaram os atuais mandatos dos prefeitos. Totalizam R$ 110,3 milhões. Mas nenhum centavo chegou aos municípios. São sinalizações para projetos de fomento à Cultura, estruturação do sistema de Saúde, desenvolvimento urbano, auxílio a esportes de alto rendimento, suporte a projetos turísticos e para reformas de unidades escolares. Nada disso é importante na ótica da petista.

Não à toa, portanto, que a população regional tenha diminuído o apoio a Dilma. E também não é de se estranhar que os próprios companheiros de partido tentam descolar sua imagem da dela e, mais do que isso, evitam defendê-la desde seu afastamento, há 11 dias. Um revide, do povo e de aliados, tão conveniente quanto natural.</CW>