Política Titulo Editorial
Dose de sensatez
Do Diário do Grande ABC
20/05/2016 | 09:07
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Aline Pietri/DGABC


A campanha de vacinação contra o vírus H1N1 acaba apenas hoje, mas há dias as unidades de Saúde do Grande ABC estão com os estoques zerados. Há muitas justificativas para que as doses não tenham chegado às pessoas. Uma delas é que a expectativa do Ministério da Saúde, que compra e distribui o item para os Estados, que por sua vez encaminham para as prefeituras, era atingir 80% do público-alvo (formado por crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, mulheres que deram à luz há até 45 dias, trabalhadores da Saúde, povos indígenas, idosos com 60 anos ou mais, população privada de liberdade e portadores de doenças crônicas), uma média calculada com base em campanhas outras. Mas a preocupação da população diante de tantos casos fez com que a procura fosse maior e chegasse a quase 100%. Também houve quem buscou as primeiras doses em hospitais particulares, pois a apreensão diante da possibilidade de surto era grande, mas a segunda – para crianças que não tomaram em anos anteriores – foi aplicada em postos públicos.

Tudo isso contribuiu para faltar o produto para as imunizações, tanto nos locais públicos quanto nos privados. Mas a responsabilidade é do governo federal – especificamente na gestão Dilma Rousseff (PT), afastada temporariamente –, que não acompanhou o movimento de procura pelas vacinas e, assim, deixou a sociedade receosa e, em alguns casos, desesperada. Mesmo sem doses nas unidades, e com demanda a ser atendida, o Ministério da Saúde informou dia 13 que encerrara a distribuição.

Ontem, porém, a Secretaria de Estado da Saúde divulgou que chega hoje ao Grande ABC 90 mil vacinas para garantir a segunda dose às crianças. O lote integra reserva técnica da Pasta federal. Houve, portanto, equívoco no planejamento e execução da vacinação e erro na comunicação com a população, que um dia acredita não haver o item e poucos dias depois é informada do contrário. Não está descartada desorganização pela troca do governo Dilma pelo de Michel Temer (PMDB).

Demorou, foi confuso, mas, enfim, houve sensatez para situação grave e séria, afinal, só na região já foram 19 mortos pela gripe A. 




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