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No calor dos fatos

Era um grande empresário, que assumiu a Folha de S.Paulo e a transformou num dos maiores jornais do País

Carlos Brickmann
11/05/2016 | 07:14
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Era um grande empresário, que assumiu a Folha de S.Paulo e a transformou num dos maiores jornais do País. Dizia não ser jornalista. Mas era – e como! Ensinou-nos que o patrão era, sempre, sua excelência o leitor. Ensinou-nos a buscar aspectos inéditos e verídicos das notícias. Elefante voando, peemedebista rejeitando cargos, tucano fazendo oposição, todas essas coisas estranhas têm de ser bem noticiadas e muito bem explicadas.

Mas nem com tantos anos de aula aprendemos a explicar o inexplicável. Por exemplo, como é que um governo sem governantes, onde neurônio virou piada e os aliados-inimigos se reúnem com hora marcada para redistribuir os cargos que já ocupam; com popularidade mensurável por um relógio quebrado; em que a discussão política é saber quem é mais ladrão, nós ou eles, consegue manter-se no cargo, mesmo que por alguns dias, depois de perder por níveis alemães a votação do impeachment.

E ainda acusam de golpistas quem os derrota na forma da lei. Não tem jeito: aproveitando os Jogos Olímpicos e a presença no Brasil da pira sagrada, atocha, Dilma!

A hora da festa
Divertindo-se com a equipe de Temer, quase toda importada de Dilma, discutindo moralização e ladroeira? Pois vai divertir-se ainda mais até o fim do mês, quando aparecer na Procuradoria-Geral da República a lista dos 316 políticos de Benê, que era o presidente da Construtora Norberto Odebrecht. Tem delação para mais de metro. A metragem é quente, toda sem concorrência. E tudo vai fundo.

Pois é
O governo Dilma fez a festa nomeando toneladas de cumpanhêros para ocupar o máximo de cargos no governo. E bateu todos os recordes: chegou ao extremo de cancelar a nomeação de Waldir Maranhão para o posto de Cunha, amigo de fé e irmão camarada de Irineu Maranhão, seu antecessor, para ocupar mais espaços oficiais. Valia tudo, de amigos a qualquer cargo público. Quem achar que só tem gente que presta estará sempre enganado.

Os bons
O curioso é que há gente boa no Congresso. O senador Cristóvam Buarque é um; a senadora. Ana Amélia, outra. Gente-fina, correta, como se deve. Mas defendê-los, como? Como mostrar ao público que são gente honesta e correta?

Revelações
Todos esses episódios vividos nos últimos meses serviram para demonstrar a capacidade inenarrável e o caráter de diversos vestais que passeavam na orla vestidos de freira. O maior exemplo é José Eduardo Cardozo, que vem mostrando uma incrível capacidade de se equilibrar no precipício.
Os outros? Os aloprados de sempre.

As vítimas
E a Suzana von Richthofen, hein? Só porque participou do assassínio dos pais achou ruim porque isso poderia prejudicá-la. Uma injustiçada!

Dia quente
Este colunista deseja a todos um bom dia. E espera que haja bom-senso e comedimento tanto nas comemorações quanto na raiva da derrota. 




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