O prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), criou conselho político para costurar o bloco de aliança para sua campanha à reeleição e descartou duas legendas aliadas que ensaiam candidaturas próprias ao Executivo: PV e PTB. Reali já havia afirmado que siglas situacionistas que pensam em alçar voo solo teriam até outubro para se definir. Se optassem por projeto próprio, seriam limadas da administração.

O petista, ao lado do chefe de Gabinete, Osvaldo Misso, organizou reunião ontem com legendas governistas, no Paço. PPS, PDT, PSB, PR e PMDB foram convidados a participar do encontro. Até o PCdoB, que ameaçava lançar chapa encabeçada pelo presidente da Câmara, Laércio Soares, esteve no debate.

Segundo o presidente do PT de Diadema, Josemundo Queiroz, o Josa, PV e PTB não foram convidados justamente por sinalizarem candidaturas próprias ao Executivo. "É notório e público o posicionamento do PV e PTB para 2012, apesar de não haver confirmação oficial", justificou. O dirigente frisou que o encontro de ontem não teve caráter formal, mas que serviu para Reali reiterar a postura de não abrigar aliados que estudam planos paralelos à sua reeleição.

A ausência gerou mal-estar no PV. A legenda está próxima de anunciar o vereador Lauro Michels - recém-expulso do PSDB - como candidato a prefeito. Porém, parte do diretório municipal quer a manutenção da aliança com Reali. O vereador Milton Capel (PV) avaliou como "precipitado" o descarte do PV para a reunião. "Não temos nada definido e ainda fazemos parte da bancada de situação. Achei estranho não ter sido convidado."

O recado também foi dado ao PTB. Por orientação estadual, a sigla projeta apostar na diretora do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, Silvana Guarnieri. O Diário ligou para o presidente do PTB de Diadema, Eduardo Jorge Tavares, e para a única vereadora do partido na cidade, Marion Oliveira, mas ambos não atenderam aos telefonemas.

DEFINIÇÕES

A reunião serviu para enterrar a possibilidade de candidatura do PCdoB. Há duas semanas, a presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão, revelou que via com bons olhos ter Laércio Soares como candidato. O presidente do Legislativo ponderou a ideia e condicionou o plano à viabilidade eleitoral e financeira. "Caminhamos para ter uma aliança com o prefeito. Esse conselho será um canal de intenso diálogo dos aliados com a administração", disse Laércio.

Outra definição foi a garantia dada pelo governo que trabalhará para ter PPS e PR em seu bloco governista. A primeira legenda foi alvo de intensos ataques do PT nacional, que decidiu vetar coligações com os populares-socialistas. A segunda, apesar de não ter representante na Câmara, chegou a conversar com Lauro Michels. "O prefeito deu o primeiro passo para termos um acordo", afirmou o ex-vereador José Carlos Gonçalves, presidente do PR na cidade.