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Goldman deve manter ideologia de Serra
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
04/04/2010 | 10:33
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O governador de São Paulo em exercício, Alberto Goldman (PSDB) - que assume oficialmente o cargo terça-feira, no lugar de José Serra (PSDB), que se desligou para disputar a Presidência em outubro - terá a missão de manter a ideologia empregada até o momento nesses 39 meses em que Serra esteve à frente do governo.

Essa é a visão de especialista e de alguns prefeitos da região consultados pelo Diário. Serão nove meses com as rédeas do Estado nas mãos. O próprio governador, em seu discurso de despedida, na quarta-feira, pediu para que seja dada continuidade nos programas e no relacionamento próximo com as 645 prefeituras paulistas.

Um dia antes, na inauguração do Trecho Sul do Rodoanel, Serra disse que Goldman estaria preparado para assumir o posto. "Não é um braçodireito porque é muito mais que isso. Está por dentro de tudo e terá toda a condição de continuar com os programas de primeira classe desenvolvidos no Estado", discorreu o pré-candidato ao Palácio do Planalto na ocasião.

Goldman vem sendo preparado para esse momento desde o início de 2009, quando a pedido de Serra deixou a Secretaria de Desenvolvimento para se dedicar exclusivamente às funções de vice-governador e conhecer mais a fundo os projetos e intenções do mandatário tucano.

Além de fiel escudeiro, o que garante a execução do planejamento, Goldman terá pouco tempo para fazer inovações. Além disso, a cientista política da Universidade Federal de São Carlos Maria do Socorro Souza Braga enfatiza que o vice de Serra deve dedicar-se a concluir as obras em andamento e inaugurar as intervenções e programas já em fase final.

"Também tem de ser levado em consideração que a atuação dele estará de certa forma limitada pela legislação eleitoral", analisa a especialista.

Na avaliação de Maria do Socorro, no período em que Serra estiver fora do governo, terá a função de ser "o conselheiro" de Goldman. "Serra vai ser consultado. É uma grande liderança, que tem autocontrole. Por isso não deve se afastar totalmente. São Paulo é um Estado forte e essa projeção tem de ser mantida. A influência vai continuar", salienta a professora.

A cientista política lembra que um dos vices que teve autonomia para desenvolver trabalho próprio ao suceder o titular foi José Sarney, ao assumir em 1985 a Presidência da República no lugar de Tancredo Neves, que morreu na véspera da posse. "Claro que foi um momento peculiar, mas foi um mandato ativo", concluiu Maria do Socorro, ao citar ainda Geraldo Alckmin (PSDB), que comandou São Paulo, por dois anos, depois da morte de Mário Covas, em 2001.




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