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Morte de presidente da Suprema Corte abre batalha política nos EUA
Da AFP
04/09/2005 | 17:50
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A morte do presidente da Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos, uma das vozes mais conservadoras do tribunal, abre caminho para uma nova batalha política entre o presidente George W. Bush e a oposição democrática, envolvendo a substituição de William Rehnquist.

Décimo sexto presidente do máximo tribunal americano, Rehnquist estava com câncer de tireóide e morreu em casa na noite deste sábado. A porta-voz do governo Jeanie Mamo informou que Bush e a mulher, Laura, "estão profundamente entristecidos com a morte de Rehnquist".

Após a aposentadoria da juíza Sandra Day O'Connor, em julho, a morte de Rehnquist amplia a luta política para a formação da nova Corte, instituição que desempenha um papel-chave no desenho político e social do país.

Bush nomeou John Roberts, um juiz de 50 anos simpatizante do Partido Republicano, para substituir Sandra. Sua confirmação no cargo deverá ser analisada na próxima semana pelo Senado, e está previsto um duro debate envolvendo temas polêmicos, como a posição do juiz em relação ao aborto e o papel do governo federal.

Antecipando as mudanças, a líder da ONG National Organization for Women President, Kim Gandy, alertou ontem que a morte de Rehnquist dá a Bush a oportunidade "não apenas de alterar o delicado balanço da Suprema Corte, mas também de estender a ideologia de direita e o desprezo pelos direitos individuais ao terceiro poder do Estado: o judiciário".

Rehnquist era um duro opositor do aborto, dos direitos dos homossexuais, do controle de armas e da discriminação positiva para as minorias. Quando ainda era funcionário da Suprema Corte, no início da década de 50, escreveu um memorando questionando o fim da segregação racial nas escolas.

Em 1999, presidiu no Senado o julgamento político e a absolvição do presidente Bill Clinton, acusado de perjúrio e obstrução da Justiça, como parte do escândalo gerado por seu relacionamento com a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky. Um ano mais tarde, Rehnquist e outros quatro magistrados eleitos durante governos republicanos ordenaram o fim da recontagem de votos no estado da Flórida, o que deu a vitória a George W. Bush nas eleições presidenciais.




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