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Suposta renúncia de Ronan se transforma em novela
Nelson Cilo
do Diário do Grande ABC
29/04/2011 | 07:14
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O futuro do Santo André continua indefinido. Comentava-se que as lideranças da Gestão Empresarial poderiam renunciar ontem à noite, mas o encontro não aconteceu. Ao contrário do que chegou a anunciar o vice Romualdo Magro Júnior, o presidente Ronan Maria Pinto (Saged) esclareceu que nem houve o agendamento destinado a discutir a indisfarçável crise no futebol do clube.

Além de Ronan, Romualdo entregaria o cargo. No entanto, o primeiro procurou colocar o problema de outra forma. "Senti que não é hora de falarmos disso (da crise). Quem sabe, nos reuniremos na próxima semana. Não se trata de sair ou de ficar. O mais importante, creio, é que ninguém fique prejudicado. Vamos ver aquilo que seja melhor para o Santo André", comentou o dirigente.

A polêmica que envolveu a suposta renúncia de Ronan e de Romualdo tumultou os bastidores do clube. Ronan admitiu que largaria o comando, mas talvez recue. "Os interesses pessoais não devem prevalecer sobre a instituição. Agora, nosso desafio é a Série C. Vamos trabalhar para que o Santo André suba de novo", disse.

Antes, porém, Ronan afirmou que não tinha condições de permanecer. O pano de fundo seria o terceiro rebaixamento consecutivo - dois no Brasileiro até cair à Série C, além do recente descenso estadual. Aí estaria um dos pretextos para que ele se retirasse para escapar do alvo dos eventuais opositores e mesmo dos investidores que apostaram em um programa fragilizado no planejamento de quem, depois de conquistar o inédito e surpreendente vice-campeonato paulista diante do Santos, na finalíssima do ano passado, não resistiria à instável performance da temporada seguinte. Deu no que deu.

De repente, foram embora titulares do nível de Bruno César (Timão), Rodriguinho e Carlinhos (Fluminense), Cesinha e Nunes (Vasco), Branquinho (Atlético-PR) e Rômulo (Cruzeiro).

 

ROMBO - Há quem atribua tantas complicações principalmente às dificuldades financeiras nos esvaziados cofres da Saged. Os acionistas reclamam do tamanho do rombo. O vermelho seria de aproximadamente R$ 8 milhões - o suficiente para desmontarem a base da equipe.

Apesar das três decadentes campanhas, há jogadores que interessariam. Entre eles, o goleiro Neneca e o zagueiro Anderson, que recebiam salários bem acima dos companheiros. A diretoria não pôde mantê-los. A CBF e as emissoras de televisão liberam cotas milionárias às demais divisões, mas a deficitária Série C não assegura nenhum tipo de ajuda aos endividados. Ao Santo André, só restam as incertezas.

 

Neneca desiste do ABC para vestir a camisa do América-MG

Reviravolta no Bruno Daniel. Depois de se desvincular do Santo André, Neneca estava praticamente contratado pelo ABC de Natal, mas, como ainda não havia oficializado a transferência, o goleiro resolveu optar pela melhor proposta do América-MG. O camisa um já viajou a Belo Horizonte para submeter-se a exames médicos de rotina e firmar o compromisso válido até o fim da temporada 2011. O que mais pesou na preferência de Neneca é o desafio de participar da elite do futebol nacional. Ao contrário do ABC, que irá disputar a Série B do Campeonato Brasileiro.

Neneca, 30 anos, 1,90 m, natural de Rondonópolis-MT, inclui diversos times na carreira: União São João, Flamengo-SP, Nacional-SP, União Barbarense, Pogon da Polônia, União Rondonópolis, Rio Branco de Andradas-MG e Oeste de Itápolis, além do Santo André (duas vezes).

Uma pesquisa de 2009 colocou Neneca em primeiro lugar no ranking dos goleiros que conseguiram praticar as defesas mais difíceis do Brasileirão. O preparador Leandro Maciel, um dos responsáveis pelas boas fases do atleta no Santo André, sempre o considerou um dos melhores do País na posição.

Além de Neneca, o América-MG já havia levado um dos personagens também rebaixados no Santo André: o experiente zagueiro Anderson, igualmente detentor de um extenso currículo, especialmente Corinthians, São Paulo, Cruzeiro e Seleção Brasileira. Lyon (França) e Benfica (Portugal) compuseram a trajetória internacional do ex-capitão alvinegro e do Santo André na recente campanha da queda à Série A-2 do Campeonato Paulista. A exemplo de Neneca, a falta de recursos financeiros do Ramalhão impediu que ele ficasse no clube.




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