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Reúso é a palavra de ordem
Do Diário do Grande ABC
23/04/2016 | 11:54
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Existem várias frases admiráveis na biografia do pensador e escritor Peter Drucker, mas uma em especial eu admiro mais: ‘O planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com o futuro de decisões presentes’. Nada mais atual e presente para descrever a forma como o País – em especial alguns Estados – lida com a questão da escassez dos recursos hídricos. Não escrevo para apontar problemas e causas no passado, mas sim para projetar o futuro e indicar possíveis caminhos. E infelizmente o futuro será tão desafiador quanto o momento atual se não houver mudança radical do ponto de vista de gestão e planejamento de longo prazo.

É necessário criar política de Estado que incentive verdadeiramente o reúso de água. As medidas usadas para combater à crise hídrica, em geral, são mais caras, uma vez que a importação de água cada vez mais distante requer gastos de energia devido à água bombeada, além de causar impactos ambientais. No Brasil, a atividade de reúso ainda não é regulamentada e tampouco há estabelecidos padrões de qualidade para serem seguidos. O que existem são apenas orientações e iniciativas em níveis estaduais e municipais que incentivam.

Não precisamos ir muito longe para encontrarmos exemplos concretos de como política séria de reúso pode ajudar a minimizar problemas decorrentes da escassez de água. México e Estados Unidos, por exemplo, são vizinhos de continente e apresentam bons cases para seguir de modelo. Ao redor do mundo é possível encontrar inúmeros exemplos de como países ou Estados fizeram o dever de casa com relação ao reaproveitamento da água. O que eles têm em comum? Leis, normais e incentivos reais. O investimento em reúso torna-se mais necessário ainda quando observamos o volume de perdas, algo em torno de 30% a 40% de toda a água produzida, dependendo da região do País. Trata-se de enormidade, principalmente porque as redes de transportes foram construídas há muitos anos e hoje estão deterioradas.

A despeito da falta de legislação, as empresas, sobretudo as grandes indústrias consumidoras de água, têm de fazer sua parte. Além da preocupação ambiental, há vantagem econômica embutida neste processo. Ao reaproveitar a água já captada, transformando-a em matéria-prima para outros processos antes de descartá-la na natureza, pode-se obter boa economia, de acordo com estudos do Cirra (Centro Internacional de Referência em Reúso de Água), vinculado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
O que falta é pensar responsavelmente no longo prazo.

Ruddi de Souza é presidente do Conselho de Saneamento Ambiental da Abimaq e diretor-geral da Veolia Water.

Palavra do leitor

Sem comentário 

 Não deixa de ser simbólico o caso da deputada federal Raquel Muniz, que dedicou voto ao marido e prefeito de Montes Claros, em Minas Gerais, cuja brilhante gestão a fazia acreditar que o Brasil tinha jeito. Não deu outra! Menos de 24 horas depois o prefeito foi preso. Motivo? Corrupção. Está muito claro que esse golpe (golpe sim!) contra a presidente não é para acabar com corrupção. Objetivo sempre foi acabar com o combate a ela. Quanto a uma parte da nossa imprensa e da sociedade achar normal Eduardo Cunha – o maior corrupto do Brasil – presidir sessão que define o destino do País, sinceramente prefiro não comentar.

Davi Marques

Santo André

Na ONU

 Rosto envelhecido e cansado, voz sem vibração, discurso monocorde, sem muita convicção, evidenciando a sensação de fim de mandato e a certeza da última fala como presidente à ONU. Se o Brasil fará verdade suas palavras, o que torço que aconteça, o tempo dirá, ou se mais uma vez terá feito uso dos serviços de marqueteiros sempre dispostos a exaltar o que não é cumprido, dourar a pílula. Só faltou, quando se referiu ao ‘grave momento que vive o Brasil’, assumir suas responsabilidades pela crise e citar que ‘a pujante democracia’ a ela oferece total defesa, seguindo todos os ritos legais garantidos pela Constituição, esta sim a grande barreira a retrocessos.

Luiz Nusbaum

 Capital

Resposta 

 Em atenção à carta da leitora Kioko Sakata (Não existe!, dia 18), o Programa Poupatempo informa que, de acordo com o TRE, o eleitor que não conste do cadastro, porém seja portador de título eleitoral, deverá pagar multas referentes às eleições posteriores à emissão do título, se o interessado não possuir comprovantes de votação, justificativa ou recolhimento de multa. O Poupatempo São Bernardo lamenta a informação divergente recebida pela cidadã e esclarece que reorientou todos os funcionários sobre o procedimento a ser adotado nesse tipo de situação. 

Poupatempo São Bernardo

Parabéns a eles 

 Dia 16, vivi dois momentos, um de alegria, por ser aniversário de minha mulher, Leila, que completou mais um ano de vida; e outro de tristeza e saudades do inesquecível amigo e prefeito de Santo André Celso Daniel, morto em 2002 e que faria mais um ano de vida. Em minha humilde casa no Valparaíso era onde a gente se reunia para debater os problemas do bairro e da cidade, pois era onde dávamos os primeiros passos para formação da Sociedade Amigos do Bairro Valparaíso. Celso Daniel, muito tímido, espunha com muita clareza suas ideias, vislumbrando para nós que seria grande administrador, o que provou para todos com competência e honestidade. Tive a honra de trabalhar com ele na sua gestão e muito aprendi. Então, dei à minha mulher um abraço e os parabéns. E para Celso Daniel rezei oração de gratidão ao ser humano mais humilde e que devotou a vida em favor de seus semelhantes. Que Deus te guarde. Nós nunca o esqueceremos.

João de Deus Martinez

 Santo André

Já teve! 

 Não vai ter golpe!, grita boa parte dos governistas. Não vai ter golpe é o mantra da presidente. Realmente, não vai ter golpe, porque já teve: nos nossos salários, nas aposentadorias, na Petrobras, nas contas de água e de energia elétrica, na Saúde, na Educação e na Habitação. E teve tentativa de golpe ao cogitar a volta da CPMF. Ou seja, o que não tem faltado neste País é tentativa de golpe. Portanto, fora, Dilma! E leve com você todos os espertalhões infiltrados no seu governo. Limpeza geral na Casa. E o Michel Temer? Bom, como disse aquele ‘filósofo’ presidente do Senado Federal: ‘Cada dia com sua agonia’. Mentiras nunca mais! 

Maria G. Fernandes

 São Bernardo

Gorpe na ditadura?

 Ao votar pelo impeachment na Câmara, dia 17, Jair Bolsonaro disse o faria pelo afastamento de Dilma ‘em memória’ ao ex-comandante do DOI-Codi Carlos Alberto Brilhante Ustra, responsável pela repressão política durante o período da ditadura militar (1964-1985). Dilma relembrou que foi presa e torturada durante a ditadura e que conheceu ‘bem’ o coronel Ustra. Conforme historiadores, Ustra somente prendia e torturava militantes de esquerda, ou seja, os que lutavam pela implantação no País do comunismo cubano. Será que ela, que sempre se diz defensora da democracia, se considera vítima de erro? Ou mesmo de golpe dos militares? 

Edgard Gobbi

Campinas (SP)




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