O presidente Fernando Henrique Cardoso abre nesta segunda-feira as portas do Palácio do Planalto para receber os quatro principais candidatos à sua sucessão no Executivo Federal. FHC, escudado pelo ministros Pedro Malan (Fazenda) e Euclydes Scalco (Secretaria-Geral da Presidência), discutirá basicamente o cenário econômico atual (interno e externo) e a transição do governo. O presidente vai apresentar contas e dados da União e detalhar os termos do acordo mais recente com o Fundo Monetário Internacional (FMI), de US$ 30 bilhões. FHC também vai cobrar dos presidenciáveis compromisso com pilares econômicos que marcaram seus oito anos de gestão, incluindo respeito aos contratos internacionais, estabilidade da moeda e manutenção de superávits no Orçamento, para garantir o pagamento da dívida pública.

As reuniões começam ao meio-dia. Cada candidato levará dois assessores consigo. Além de Malan e Scalco, FHC contará com os reforços do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, do ministro chefe da Casa Civil, Pedro Parente, e do líder do governo na Câmara, deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP). Os três ficarão na sala de espera do gabinete de FHC. Os candidatos concederão entrevistas coletivas logo após os encontros com FHC. O presidente, por sua vez, só se manifestará depois de concluídas as quatro reuniões.

O primeiro candidato a ser recebido, às 12h, é Ciro Gomes, da Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT). Ciro será acompanhado pelos seus consultores Roberto Mangabeira Unger e Mauro Benevides Filho. Às 13h, o convidado de FHC é o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele será acompanhado pelo presidente nacional da legenda, deputado José Dirceu (SP). Em seguida, às 14h, Anthony Garotinho (PSB) será o presidenciável a conversar com FHC. Ele levará seu candidato a vice, José Antônio Almeida, e o assessor econômico Tito Ryff. Por último, às 15h, num encontro de amigos, Fernando Henrique recebe o tucano José Serra, que levará o presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal, e o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer.